Fanáticos ou ecumênicos?... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)

Indo por seu caminho, alcançou-o um mouro montado num mulo. E vieram a falar sobre Nossa Senhora. O mouro dizia não acreditar na virgindade após o parto... (Autob. 15)

Nosso Senhor tratava Inácio de Loyola (seu nome de batismo era Ínhigo) com grande paciência, pois embora ele tivesse desejos de viver conforme o Evangelho, não lhe era nada fácil. Sem humildade e caridade fatalmente caímos no fanatismo religioso. As guerras ditas “religiosas” nunca foram nem são de Deus, mas fruto das imagens distorcidas do nosso inconsciente negativo e corrompido.

Você já percebeu como as pessoas fanáticas não são nada fraternas?

Pois bem, na estrada que o Peregrino percorria, perto de Saragoça, emparelhou-se um muçulmano. No início conversaram sobre banalidades, depois sobre religião, até chegar aos dogmas da fé católica. Dois homens, dois jumentos e uma discussão religiosa é um perigoso explosivo. As razões dadas por um, não satisfaziam o outro, e vice-versa. Esta situação enervou Ínhigo, agressivo e vingativo por natureza, e lhe vieram pensamentos de acabar com a vida daquele coitado...

O diálogo interreligioso é fundamental para se entender e conviver como pessoas diferentes. Todo encontro inter-pessoal nos desafia e convida a enriquecer-nos mutuamente com a presença do diferente. Quem ama acolhe o outro como ele deseja ser acolhido. Nossas crenças nos fazem mais fraternos e ecumênicos ou mais fanáticos e intolerantes?

O ecumenismo é uma nova forma de ser cristão. Sem paz entre as religiões, não haverá paz entre as nações.


Uma pergunta: Sua denominação religiosa o faz mais irmão de todos?

Um comentário:

  1. Caro Pe. Ramon, Salve e Paz!

    Só discordo quando dizes que "ecumenismo é uma nova forma de ser cristão", na verdade ecumenismo é autêntico e estava presente desde a formação das primeiras comunidades, como pode ser visto nas cartas paulinas.

    Talvez seja mas um dos fundamentos da nossa fé que devemos revisitar. Que a celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, que fora de certa forma ecumênico, conduza-nos às primeiras comunidades cristãs, ao primeiro amor.

    Antonio Bitencourt
    CVX Santíssima Trindade - Salvador, Bahia

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