Eis
o testemunho de um jesuíta: Minha mãe, Mercedes, fará 99
anos. Para a sua idade
está muito bem: Caminha
por si mesma, cozinha, limpa a casa, conversa muito… Lembra-se de quando os
filhos eram pequenos, mas frequentemente não se recorda de ter tomado os
remédios da manhã... Está um pouco tonta e lhe custa reconhecer isto...
Minha irmã, enfermeira, disse-lhe que a
surdez aumentara devido ao acúmulo de cera nos ouvidos. Mamãe insiste que está
ouvindo muito bem e que não necessita de nenhum tipo de
tratamento… Ela gosta de cozinhar, mas se recusava terminantemente a
ter um forno de micro-ondas... Hoje em dia, reconhece o quão útil lhe
tem sido o tal micro-ondas...
Sua televisão estava velha e não queria outra... Nós a desobedecemos e lhe compramos uma
colorida, apesar dos seus resmungos... Hoje, agradecida, desfruta alegremente
dela. Nós, seus filhos, a queremos e a amamos muito. Mas, mesmo
gostando tanto assim, há momentos que precisamos cuidá-la e forçá-la um
pouquinho, com habilidade e carinho...
E
com a Igreja acontece algo parecido. Eu a amo e admiro, mas não posso concordar com a sua “surdez”, “cegueira” e desprezo pelas "coisas modernas"... Com
habilidade e carinho podemos ajudá-la!
O Pe. Pedro Arrupe, antigo Superior Geral
da Companhia de Jesus, dizia a uns jovens que queriam ser jesuítas: Não venha até nós se você ama a
Igreja como a uma madrasta e não como mãe; não venha se pensa que com isto irá
fazer um favor à Companhia de Jesus. Mas, venha se o serviço a
Cristo é o centro da sua vida; se você tem costas largas e um coração maior que
o mundo... Isto
também serve para todos!
A história da Igreja está marcada por
luzes e sombras, mas depende de você destacar mais umas ou outras. A Igreja é santa e pecadora, mas sem
ela ficaríamos órfãos e o mundo seria pior e menos democrático.
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