Carta aos pais de filhos drogados...

Tudo começou com um punhado de anfetaminas e o desejo desenfreado de vencer...

Querida família: Paz!

Vocês acabam de descobrir que seu filho de 16 anos consome drogas... e querem tomar uma atitude urgente: cortar o mal antes que ele acabe viciado, pois então a dificuldade será ainda maior...

  
Criamos com todo amor e cuidado os nossos filhos, mas de repente acontece o vendaval. Tudo se transforma e é então é que nos damos conta de três realidades:
1. Eles cresceram e vão se tornando independentes mais rápido do que pensamos. Aquelas crianças que seguiam e obedeciam, agora resistem até em acompanhar-nos...
2. Eles vivem em grupos de amigos e fazem o que eles dizem e realizam. A juventude identifica-se com seu bando e tem nele a sua identidade: modo de se vestir e de se comportar... O grupo tem muita força!
3. O mundo é um imenso supermercado de convites para experimentar e consumir tudo o que ele produz. No meio de tantas ofertas há algumas boas, outras prejudiciais e aquelas terrívelmente más, pois destroem toda a beleza interior do ser humano... 

O que fazer? Proponho dez pontos para reverter essa situação:


1. Aproximem-se do seu filho e não o deixem sozinho. Ele resistirá inicialmente a esta aproximação, mas encontrem formas de estar com ele. Estar mais juntos, como família. Aproximação feita maternal e paternalmente, com muito carinho e cuidado. Não tratá-lo como criança, mas respeitando suas opiniões e ideias... Agir com violência só aumenta o problema.


2. Aproximem-se também dos amigos dele. Ver o que pensam, o que sentem e o que fazem. Ofereçam sua casa para que se reúnam para estudar ou ouvir música... Mas estejam por perto. Conhecendo os amigos, estarão também sabendo quem são os pais. Reúnam-se para apoio mútuo e montar juntos um programa de ação.

3. Envolvam a escola, pois geralmente os amigos estudam no mesmo colégio. Relatem para os seus dirigentes o que está acontecendo... O problema da droga envolve também a educação. Os formadores poderão ajudar bastante. Sugira que ofereçam mais esporte para os alunos e que exijam mais nos estudos. Esconder o problema só fará com que ele aumente.

4. Criem interesses comuns, mesmo participando do que o seu filho gosta. Curte skate? Por que não levá-lo a um campeonato dessa modalidade esportiva? O esporte sempre é uma boa coisa!

5. Dialoguem. Dialogar não é dar ordens e muito menos fazer sermão. Jogar conversa um para o outro (e não fora!). Batam papo, falem abertamente sobre as drogas, mas não mintam dizendo que ela é ruim, pois se fosse assim ninguém experimentaria... A droga é gostosa, mas os riscos que traz embutidos são imensos! Quantos viciados perderam tudo: saúde, família, amigos, futuro...

6. Invistam na vida espiritual. Convidem seus filhos para participar do grupo de jovens, dos escoteiros ou de alguma outra comunidade que se reúna com sentido de crescimento e de apoio entre si. Mas sejam coerentes, pois os jovens estão muito atentos ao “façam o que digo, mas não ao que eu faço”... Eles detestam tudo aquilo que cheire a comportamento que não esteja sendo cumprido por nós pais. O jovem está aberto à experiência de Deus, apoiem-no a que busque nele o sentido da sua vida...

7. Tenham um projeto familiar de solidariedade: ajudar a quem precisa... Um asilo, uma creche... Sempre há pessoas precisando de ajuda! Criem algo para ser mais altruístas... Há muita vida fora do ambiente familiar; olhem, pois, para fora e coloquem-se a serviço. O jovem adora ajudar e participar. Encham o tempo dele com coisas bonitas e significativas e envolvam até os amigos dele...

8. Busquem apoio de quem entende do problema. A droga é uma dificuldade universal e as saídas também estão disponíveis em muitos lugares. Não fiquem sozinhos; busquem pessoas sérias, que saibam como lidar com esta questão. Avaliem com gente especializada o ambiente externo no qual estão vivendo e vejam se é possível conviver com ele ou se não é melhor se afastar do lugar...

9. Mais que um assunto de polícia a droga, dentro de casa, é questão de Amor. Não ajam como policiais, mas como pais que desejam o melhor para os filhos. Amor, mais do que falado precisa ser demonstrado.

A droga costuma ser um grito de socorro. O que está faltando? Como casal, no que estão contribuindo para o problema...

10. Sozinhos pouco ou nada podemos fazer. Além do apoio da escola, dos amigos, da comunidade e de gente mais especializada, procurem rezar. Rezem por ele e peçam outros para rezar...

Daqui também rezo para que logo possam agradecer ao Senhor por terem superado, como família unida este problema.

Receba meu abraço fraterno,

Fernando Cyrino

Uma pergunta: Você conhece outras formas de ajudar?


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