Esta
é para nós uma data tão importante que até o nosso calendário está organizado
entre um “antes” e um “depois” de Cristo. Nós vivemos no ano 2014 d.C. ou, como
alguns preferem dizer, no ano 2014 da era cristã. Mas por que Jesus foi, em seu tempo, e continua sendo, para nós, tão
importante?
Ele
nasceu pobrezinho, em Belém, na
Judeia, numa região sem muito destaque, na época do Império Romano. Trabalhou como carpinteiro, vivendo
discretamente na pequena cidade de Nazaré. E somente aos 30 anos, mais ou
menos, iniciou a carreira de pregador e taumaturgo. Reuniu discípulos, foi reconhecido como um mestre diferente, que
falava com autoridade, mas terminou seus dias condenado à morte e crucificado,
como se fora um ladrão. Quem diria que este Jesus mudaria, com seu ensinamento
e o exemplo de sua vida, a história do mundo? Quem poderia prever que ele
venceria a morte e se transformaria na razão de viver de seus inumeráveis
discípulos, nos últimos dois milênios? O que fez Jesus para que nós o
consideremos a referência central da história da humanidade?
Nós
recordamos Jesus porque ele é o criador
da noção de “Fraternidade”. Jesus
realmente viveu e pregou uma “igualdade
de irmãos” entre todas as pessoas. Assim, ele conferiu a mesma dignidade a
homens e mulheres, ricos e pobres, judeus e gregos. E fazia que todos se
sentissem membros da mesma família, porque merecedores da mesma herança, ou
seja: a salvação divina. Antes de Jesus, o Cristo, ninguém pensava assim.
Ele
também nos ensinou que Deus é nosso Pai
e nos perdoa sem cessar. Aliás, como poderia haver irmãos sem uma origem comum?
E como os irmãos aprenderiam a se amar se não recebessem, primeiramente, o amor
de quem os gerou? Deus é Pai e nos ama
com amor incondicional. Por isso nós rezamos o Pai-Nosso e, em muitos
lugares do mundo, pessoas que nunca se encontraram o fazem de mãos dadas.
O
amor de Deus não se compara com nenhum outro amor que conhecemos. Vai além de
tudo o que sabemos e é tão profundo, em Deus, que dizemos: “Deus é o próprio amor”. E isto a humanidade só descobriu depois de
Cristo.
Antes
de Jesus, não havia a noção do valor infinito do homem e da mulher. Apenas
algumas pessoas eram consideradas “sagradas” ou mais valiosas do que as outras,
porque tinham contato direto com Deus, como era o caso dos antigos Reis e
Sacerdotes. Mas Jesus ensinou que Deus
se entrega, igualmente, a cada um de nós. Ele nos revelou quem nós somos,
realmente, quando nos revelou quem Deus é. E nos ensinou a encontrar este valor
na “vida interior”.
Na
época de Jesus, havia poucas palavras para falar da vida interior. Jesus e seus seguidores abriram para a
humanidade o mundo do coração, da interioridade, dos sentimentos profundos,
das intenções e de algo sem fim que flui em cada um de nós. Ele chamou de Espírito Santo esta presença divina
interior ao coração humano. E nos ensinou que cada pessoa é um templo
sagrado de Deus, o qual se comunica e se entrega a cada uma. Por isso, todo
homem e toda mulher têm um valor infinito. Abriu-se a cúpula do mundo e o Deus
distante dos filósofos fez-se próximo. Eis o ápice da Revelação, dada em Jesus!
Por
todas estas coisas, Jesus marcou a humanidade de um jeito irreversível. Não é
mais possível pensar a história como se Jesus não houvesse existido. Nós,
definitivamente, vivemos na “era cristã”. Podemos até esquecer-nos de Jesus,
mas isto significaria esquecer-nos de quem nós somos e dos motivos de sermos
assim.
De
qualquer modo, nós hoje temos razões de sobra para recordar Jesus e o grande
movimento por ele iniciado e levado adiante por seus seguidores, ao longo dos
últimos dois mil anos. Sim, temos motivos
para dizer, com alegria e gratidão: Feliz Natal!
Feliz Natal Pe. Ramón!
ResponderExcluirE agradecida pela oportunidade de aprendizado com seu blog.
Que Jesus com seu dom carismático também,
não tarde sua volta para mais uma oportunidade
de realimento como pão vivo descido do céu.
Paz e bem