Conselhos atrevidos ao Papa Francisco... (Bruno Franguelli sj)

Estimado Papa Francisco,

Primeiramente, peço desculpas por escrever de um modo direto a uma pessoa que ocupa um posto de poder tão importante como o seu. Mas, as circunstâncias criadas através dos seus pronunciamentos e atitudes, tão estranhos e desconcertantes, me convocam, como católico, a não permanecer em silêncio.

Por isso, tomo a liberdade de fazer algumas considerações sobre tais atitudes e propor ao senhor algumas mudanças que poderiam salvá-lo destes tropeços que o senhor vem cometendo freqüentemente.

1- O senhor se apresenta sempre muito próximo de todos e usa um vocabulário, muitas vezes, ao meu ver, até “chulo”, para se dirigir as pessoas. Por favor Papa Francisco, seja mais reservado e tenha mais cuidado com suas palavras e gestos. Seja mais distante das pessoas. Isso o ajudará a manter uma certa solenidade e impor mais respeito quando, principalmente, as pessoas que não fazem parte da Hierarquia católica se aproximam do senhor. O senhor não é qualquer um, e por favor, ornamente-se com paramentos mais dignos e nobres.
  
2- Quando o senhor for perguntado sobre um assunto polêmico, por favor, não responda. Aliás, nem permita essas entrevistas livres. E jamais diga aquelas palavras que o senhor proferiu espontaneamente naquela Missa em Tacloban, nas Filipinas. Não fica bem para um Papa fazer uma homilia com palavras espontâneas. Menos ainda confidenciar publicamente que lhe faltam palavras. Isso é realmente um absurdo! O papa deve, ao menos, aparentar ter respostas para tudo.

3- Não fale tanto em pobres nem em sair rumo às periferias. Isso pode aparentar que o senhor é comunista. Seja mais discreto e espiritual. Não entre em discursos profanos, do “dia- a- dia”. Ouvi dizer que o senhor está preparando uma encíclica sobre ecologia e até consultou alguns rebeldes que estão fora da Igreja. Por favor Papa Francisco, a Igreja não existe para proteger a Amazônia, mas para a salvação das almas. Como alguém já disse, sua formação jesuíta é muito livre e limitada. Os mais de 15 anos de formação para ser recebido definitivamente na Ordem lhe foram insuficientes.

4- O senhor ressalta muito o diálogo entre religiões e culturas. Por que devemos dialogar se Deus já nos deu toda a verdade? Vemos suas visitas e “orações” em lugares tão estranhos! Como pode se rebaixar e visitar estes lugares profanos, repleto de hereges e infiéis? Isso realmente nos envergonha. O representante de Deus não pode visitar ambientes como esses.

5- O seu discurso de misericórdia é muito ambíguo. Principalmente com aqueles que não seguem os preceitos da Igreja. O senhor fala que devemos proteger a família, mas também se mostra acolhedor com pessoas homossexuais e divorciados em outras uniões. Onde o senhor quer chegar com tudo isso? Talvez fosse mais correto pregar a ira de Deus e não tanto a misericórdia.

6- Não seja tão humano, carinhoso e próximo como um “cura de aldeia”. Nós queremos um Papa, que do seu trono e com sua voz solene e imponente nos dirija a palavra sempre em Latim, ainda que não compreendamos sua mensagem. Assim, o senhor jamais vai “tropeçar nas sandálias do pescador”.

Enfim, Papa Francisco, mais uma vez, desculpe meus conselhos atrevidos. Eles são fruto da profunda decepção que eu e muitos outros, sofremos com suas atitudes. Espero que o senhor não continue a nos incomodar com o seu jeito tão humano de ser Papa.

Assinado:
Alguém que esperava um herdeiro do Imperador Constantino e não o sucessor de um pobre pescador da Galileia...

3 comentários:

  1. O Bruno fez uma boa brincadeira, mas pensar que tem gente que pensa assim... Uma tristeza!

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  2. Uf! Enquanto lia senti um grande desconforto..rs...Afinal, quero um Papa pobre e humano, como o Mestre.

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  3. rsrsrs... bem bolado e audacioso!
    E é isso mesmo. Francisco poderia ser meu vizinho da casa ao lado...
    Poderia ser aquele amigo "de casa", a quem se convida em cima da hora para o cafezinho com pão de queijo...
    Ele poderia ser meu tio...
    A cada gesto ou palavra reconheço nele meu "DNA espiritual", inaciano, que, ao mesmo tempo, o faz saber ser tão parente de todos...
    E, se acaso uma coisa mais do que outras fizesse dele o "doce Cristo na terra", meu coração não duvida: É isso. Obrigada, Santidade!

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