O cardápio da Última Ceia... (Cf. Eduardo Machado)

Está na mesa o cardápio da última ceia! Ouvi essa frase ao redor de uma belíssima e variada mesa, na cidadezinha de Niha El Chouf, nas montanhas do Libano. Claro, meu sogro traduziu pra mim, já que a dona da casa, Nazira, falava em árabe.

Fiquei intrigado. Jesus era judeu e a nossa mesa era árabe...

Conversando, depois, com meus anfitriões, fiquei sabendo que as culinárias árabe e judaica tem muita coisa em comum, já que, em sua origem, são povos irmãos que compartilham, há séculos, o mesmo território. Pena que os conflitos históricos empanem o brilho desse convívio. Mas vamos a um pouco de história sobre essa ceia famosa.

Jesus era judeu e seus discípulos também. Naquela noite de quinta-feira eles celebravam a Páscoa Judaica, relembrando a experiência de libertação do Egito. Na mesa havia:

Ervas amargas: no início da Ceia, lembram os tempos de escravidão e sofrimento.
Matzos: o pão ázimo lembra a pressa com que saíram de suas casas, sem ter tempo de deixar a massa fermentar.
Pesah: o cordeiro pascal que os judeus sacrificaram ao Senhor em lembrança daquela noite em que Deus os libertou da escravidão. É o prato principal. 

Hoje, em tempos de fast food, é difícil entender que uma ceia, um jantar possam contar uma história. No entanto, a tradição de todas as civilizações e culturas fez da mesa altar, espaço e momento de celebração da vida. 

A mesa é, por excelência, lugar de encontro e de partilha.

Encontremo-nos, pois, fraternalmente ao redor de qualquer mesa.

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