Seus olhos se abriram...

Chegaram aromas de amanhã...
A experiência dos discípulos de Emaús fala alto para nós e também para nossas comunidades que, muitas vezes, vivem esse mesmo processo: passar da tristeza e do desânimo para a alegria da fé e do amor.

Deus quer abrir os nossos olhos para a pessoa de Jesus. Há uma mudança radical na fé dos discípulos: diminuta antes, plena depois, na compreensão da ressurreição de Jesus. A memória do Jesus histórico é fundamental para a a fé na ressurreição do Senhor.

A ressurreição de Jesus e a recepção dessa revelação formam parte integrante e essencial da salvação de Deus. Deus suplanta o poder e o caráter terminal da morte. O que Deus fez em Jesus, sempre faz e sempre fez, pois salvar e dar vida é inerente à própria natureza divina. Deus não abandona suas criaturas.

Certo dia um jovem me perguntou como poderia explicar aos membros do seu grupo o que é a Eucaristia, pois muitos achavam ser parada e cansativa. Eu lhe sugeri meditar com eles o relato de Emaús, impregnado de espírito eucarístico. A Eucaristia é um “movimento” interior, exteriorizado no que poderíamos chamar de “procissões”. É um “caminhar” para maior plenitude humana, comunitária e divina.

Procissão de entrada. A comunidade se reúne, vindo cada pessoa do seu ambiente, sua casa, carregando preocupações e alegrias. O que conversais pelo caminho?...  Quantas perguntas nos preocupam e questionam!

Procissão da Palavra. A mesa da Palavra é tão importante como a mesa Eucarística, pois ela nos revela o que compartilhamos: a vida de Jesus. Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?

Procissão do ofertório. A comunidade entrega a Deus os dons recebidos que vão se tornar o corpo e sangue de Jesus. Fica conosco, Senhor; é tarde e a noite já vem... E Ele entrou para ficar com eles.

Procissão do sacrifício. É “o memorial” da Páscoa. A comunidade está real e sacramentalmente presente na subida de Jesus ao Calvário, e ao túmulo vazio do ressuscitado. A voz de Jesus ecoa, em cada celebração, como uma voz estendida no tempo e no espaço: Tomai e comei... e bebei TODOS VÓS!

Procissão da comunhão. Todos os que comem e se alimenta do mesmo Pão e o mesmo Vinho, presença sacramental do Senhor, formamos um só corpo com ele.  Sentou-se à mesa com eles, partiu o pão e o deu... Seus olhos se abriram e o reconheceram. Ele desapareceu da vista deles. Agora Ele espera ser reconhecido pelos nossos gestos e pela nossa vida.

Procissão final da missão. Ide pelo mundo afora semeando vida. Eles voltaram a Jerusalém e partilharam na pequena comunidade sua radiante alegria.

A eucaristia cria fraternidade e esta reunida realiza a eucaristia, mesmo com as nossas grandes diferenças e deficiências.

Uma pergunta: Você cria comunidade? 

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