Juventude: Dom e serviço... (I)




O primeiro livro da bíblia, o Gênesis, fala dos patriarcas e matriarcas de Israel e dos filhos que eles tiveram. A vida nunca foi fácil para estes primeiros seguidores da palavra interior de Deus, e viveram sempre entre erros e acertos. Mas uma coisa ficou clara: O Deus que seguiam era o melhor das suas vidas.

A história de José, filho de Jacó e de Raquel, ocupa trinta por cento dos últimos capítulos do Gênesis, e narra os acontecimentos que começaram muito mal para este jovem e acabaram, graças a Deus, muito bem. Às vezes nos acostumamos com o contrário: começamos bem e, por desgraça, acabamos mal ou muito mal.

Apesar da distância e do tempo quisera fazer um paralelo entre o drama de José e o dos jovens de hoje. São tantos os que levam esse nome! Viajemos, pois, no tempo... Quem era José?

José foi o filho preferido de Jacó, entre os que ele teve no seu relacionamento com quatro mulheres. De cedo, o jovem José experimentou amores e traições, e isso até dentro de sua própria família. Filho de um homem rico e criado para suceder o pai nos negócios agrários, despertou logo a inveja e a prepotência de seus meio-irmãos. Há pessoas que, por onde passam, mexem com os sentimentos mais profundos dos outros. As melhores e as piores emoções.

Assim, pois, um dia, longe da casa paterna, seus coirmãos quiseram sumir com José, e até planejaram o que dizer em casa, para explicar sua desaparição. Quantos jovens desaparecem também nos dias de hoje!

José, com apenas 16 anos de idade, foi levado para outro país que tinha cultura, religião e línguas diferentes da sua. Em pouco tempo este moço conheceu graça e desgraça, trabalho e desemprego, perseguição e prisão. Quando pensava que tinha encontrado a solução para o seu infortúnio, as coisas deram um novo revertério e se complicaram ainda mais. O fracasso sedutor da esposa do seu patrão, o levaram à prisão por falso testemunho de assédio sexual. 

Muitas vezes a nossa sorte muda do dia para a noite.

José, na prisão nojenta e fedorenta do Egito, conheceu o inferno. As coisas não podiam ser piores, até que um dia brilhou de novo a luz. Homem prático e inspirado, José foi chamado para ajudar a gerenciar a economia falida do país. Aos poucos, galgou todos os postos, até chegar aos primeiros lugares administrativos dessa nação. Sua fé em Deus, o mantiveram sempre esperançoso.

E como a vida dá muitas voltas, a carência e necessidade dos coirmãos os fizeram achegar ao Egito e pedir ajuda a José, primeiro ministro. De imediato, eles não o reconheceram, mas José não se esquecera de nenhum deles...

Com esta história singela queremos aproximar-nos agora aos jovens de hoje que passam por tantos desafios. Vê-los por fora e amá-los por dentro.               

Num mundo que experimenta mudanças profundas e aceleradas é importante destacar o valor e lugar dos jovens no planejamento da nova Província da Companhia de Jesus no Brasil. À luz do olhar evangélico e inaciano, movidos pelo desejo de servir ao Senhor e a seu Reino, nós jesuítas do Brasil, colocamos o conjunto de nosso Corpo Apostólico a serviço da missão evangelizadora da Igreja e comprometemo-nos, preferencialmente, com a Juventude, ajudando na construção de seus projetos de realização pessoal, como dom e serviço aos demais.

No Estatuto da Província dos Jesuítas do Brasil consta o Secretariado de Articulação e Capacitação para a Missão. Este Secretariado é um serviço à missão da Companhia de Jesus. Ele é composto por três secretários responsáveis por eixos transversais da missão: Serviço da fé, Justiça e ecologia, e colaboração com outros. E um secretário responsável pela opção da Igreja latino-americana: Juventude e Vocações.

Para fazer valer está opção de missão, a Companhia de Jesus no Brasil elaborou o Programa MAGIS BRASIL para os jovens. Rede Inaciana da Juventude buscando formar homens e mulheres para os demais: pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas. Melhor, impossível!

O Jovem da Rede Inaciana é movido sempre pelo impulso do MAGIS, com horizontes amplos, aberto e sonhador, comprometido em busca do infinito. MAGIS é ser inquieto, jamais acomodado em busca do novo. Sempre a serviço!

(continua)

Um comentário:

  1. Faço aqui uma sugestão. Os jesuitas poderiam se interessar pelos jovens católicos conservadores e tradicionalistas. Boa parte dos jovens católicos de hoje são desta tendências. Todavia, são muito mal vistos por parte do clero. Apesar de ignorados, eles ainda sim são jovens e católicosta reocupados pela Igreja e dispostos à mtas coisas, mesmo o engajamento social. A Igreja deveria olhar com atenção para eles, pois os outros jovens voltam-se contra a Igreja. Porém, é urgente a atenção a eles por motivos agravantes: quando abandonados, esses jovens se revoltam contra a Igreja é ou se tornam apóstolos do ateísmo ou se aproximam de grupos cismáticos, ao ponto de se tornarem sedevacantistas. Assim, é possível dizer que esses jovens estão nas fronteiras e nas periferias da Igreja, lugares sociais que são o cenário de atuação dos jesuitas. Assim, se os jesuitas se orgulham de ter a mente aberta, nso deveria virar a cara para esses jovens.

    Heitor

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