A SÍNDROME DO PEQUENO PODER... (Cf. Adriana T. Nogueira)


Imagine a sociedade como uma selva. Usamos a comparação para dizer que vivemos num mundo onde o mais forte ganha. Na sociedade humana “mais forte” significa maior (tamanho) e mais forte (físico), mas também mais “poderoso”: ter mais poder, dinheiro, condições, recursos, atenção, spolight, voz, oportunidade, circunstâncias, berço, personalidade e “n” outras variáveis, todas enquadradas em ter “mais energia”.

A diferença, porém, entre a selva e a sociedade é que na selva não se mata ou se “abusa” de outra criatura pelo simples prazer pessoal. Todos, grandes e pequenos, fortes e fracos, são orientados pela mesma lei que governa o todo. Na natureza temos ecossistemas, onde os seres vivos nele presentes se harmonizam com o todo do qual fazem parte.

Nós, humanos, muito mais complexos e complicados, também nos “harmonizamos” com o todo no qual vivemos, ou seja a cultura da nossa sociedade, mesmo quando esta é doentia. Então, numa sociedade que preza o poder no sentido do “estar acima e por cima de alguém” eis que todos seus membros são compelidos a buscar e alcançar este tão ambicionado status: ter poder sobre alguém.

Ter poder é bom? Faz sentir inicialmente mais fortes, mais capazes, mais poderosos. O problema é que o poder por si só é um desastre. O poder é um meio, é um instrumento. Evidentemente que o uso do “poder” vai depender da cabeça de seu proprietário. E por cabeça entendemos: valores, educação, conhecimento e consciência.

Eis que chegamos à Síndrome do Pequeno Poder. O “poder” não nos torna uma pessoa melhor. É preciso ter muita sabedoria para saber o que fazer com os meios poderosos que temos nas mãos. Infelizmente, muitos buscam brilho e status, poder e lustro mesmo sem nenhum merecimento. Daí a tamanha corrupção!

A natureza não dá saltos. Dar poder a uma barata não a faz evoluir mais rapidamente. A Síndrome do Pequeno Poder é um sintoma de uma cultura perdida, onde o que sobrou é se afirmar para cima dos outros, se aproveitando de suas fraquezas e vulnerabilidades, mas também de sua ingenuidade e bondade. Temos muitas pessoas com cérebros diminutos, moral aos trapos e empatia zero em lugares de poder. A Síndrome do Poder Pequeno retrata a situação de corrupção que hoje vivenciamos. 


Esta Síndrome, segundo a psicologia, é uma atitude de autoritarismo e que usa o poder de forma absoluta e irresponsável. Em inglês dizem:  “my way or the highway” (ou do meu jeito, ou rua!). 

Uma pergunta: Você usa o seu poder em beneficio dos outros?


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