Não aos casamentos
fáceis, mundanos, reparatórios: ou seja, quando ela está grávida e se faz tudo
às pressas. Quem se casa deve estar ciente de um compromisso que é "para
toda a vida". É melhor um bom casamento depois de uma convivência do que um
casamento improvisado. Muitos matrimônios são nulos por falta de consciência. O Papa disse isso dias atrás, ao abrir o congresso anual da diocese de Roma. Já haveria o suficiente para fazer pular da
cadeiras os amantes das regras e das leis, cada vez mais numerosos na Igreja.
Mas há mais:
desenvolvendo a sua argumentação, Francisco, que
respondia de improviso à pergunta de um congressista, disse que, por causa do
despreparo dos esposos, "uma grande
maioria dos nossos matrimônios sacramentais são nulos".
No dia seguinte –
ele tinha falado à noite, depois das 20 horas –, o texto publicado pela Sala de Imprensa era menos afiado: "Uma parte dos nossos matrimônios
sacramentais são nulos".
Em outra ocasião, o Papa Francisco já tinha dito – citando o cardeal
predecessor dele em Buenos Aires, Quarracino – que "uma metade" dos
matrimônios não eram válidos. Portanto, a estimativa é variável, tratando-se de
fatos de consciência que não suportam estatísticas: uma parte, uma metade, a
grande maioria.
O Papa improvisador se deu conta de que tinha exagerado? Será? Mas, talvez,
mais interessante do que aquela estimativa inverificável são as apreciações que
Francisco fez na mesma ocasião em referência às convivências que, na sua opinião, às vezes, podem ser melhores do
que os casamentos apressados.
Muitas vezes, as
pessoas se casam – disse – por "fato social", pensando nos doces, no
almoço, no "vestido da noiva". Sem falar dos casamentos com a esposa
grávida: "Em Buenos Aires, eu proibi que se fizessem casamentos
religiosos nos casos que nós chamamos de matrimônios
de apuro, isto é, 'com pressa', quando o bebê está a caminho. Eu proibi
que fossem feitos, porque não são livres. Talvez, os noivos se amam. E vi casos
bonitos, em que, depois de dois ou três anos, eles se casaram, e eu os vi
entrando na igreja, pai, mãe e filho pela mão. Mas sabiam bem o que estavam
fazendo".
Uma convivência à espera de uma decisão verdadeiramente livre é
preferível a um casamento de imagem rápido. Além disso – acrescentou – as coabitações são um fato já comum: "Outra experiência minha em Buenos Aires: os
párocos, nos cursos de preparação ao matrimônio, a primeira pergunta que faziam
era: 'Quantos de vocês já estão vivendo juntos?'. A maioria levantava a mão.
Eles preferem conviver, e esse é um desafio, pede trabalho".
É um desafio que exige a superação do preconceito social e dos
escrúpulos eclesiásticos: "Não se
deve dizer logo: 'Por que você não se casa na igreja?'. Não. Acompanhá-los:
esperar e fazer amadurecer. E fazer amadurecer a fidelidade".
Portanto, não ao matrimônio reparatório e não apressar aqueles que vivem juntos. Ele
também contou os casos argentinos de longas convivências, de uma vida inteira,
com um casamento na velhice, e falou com desaprovação sobre a
"superstição" que dita esse comportamento, mas com uma meia aprovação
do matrimônio provado a que ele conduz: "Eu vi muita fidelidade nessas convivências e tenho certeza de que esse
é um matrimônio de verdade. Eles têm a graça do matrimônio, justamente por
causa da fidelidade que têm".
E você o que acha sobre esse assunto?
Pe.Ramon Cigõna,Sj,
ResponderExcluirO Papa Francisco é muito Humano!!!acolhedor,sábio!
Concordo com o que ele disse que "Muitos matrimônios são nulos por falta de consciência..."
A convivência faz o casal se conhecer,amadurecerem no Amor,por Amor!