A tentação do suicídio...


Dias atrás um jovem me disse: Mais cedo ou tarde eu vou acabar com a minha vida... O que a Igreja fala sobre o suicídio? Eu sinceramente emudeci e fiquei chocado. O cara tinha apenas 22 anos de idade.

São muitas as pessoas que experimentam de perto a tentação do suicídio. E quando ele acontece, um drama familiar, social e comunitário nos invade. O silêncio cai sobre o acontecido e se proíbe falar sobre isso na família. Os vizinhos são os que falam, e mais do que devem!

Não é fácil sarar as feridas desse desvario. E nunca nem ninguém responderá aos infinitos Por quês? que ficam na cabeça das pessoas mais próximas.

Falar o quê? Com quem? Para quê? Nada vai mudar e ninguém vai entender...  Quantas peguntas! Eu errei onde? Quando? Se o/a levasse a um outro médico, talvez não teria sucedido... A auto-culpabilidade dura um certo tempo e, às vezes, a vida toda... E, oxalá não escutemos aquele terrível comentário: Eu já o dizia e previa...

A taxa de suicídio entre os jovens aumentou muito nos últimos 10 anos. Contudo, ainda temos receio de falar deste tema, pois ele é desagradável e bastante temido.

Os Governos estão devendo Planos de Prevenção, para este problema de saúde mental.

Que eu saiba, as políticas públicas desenvolvidas são mínimas, e a crise econômica coloca em risco os mais vulneráveis. Desemprego, saúde precária (síndrome do pânico, depressão...), e violência doméstica são algumas causas do desamparo emocional.

Dizem que o 80 % dos presos sofrem de transtornos psíquicos. Se isso é verdade, eles são mais doentes do que delinquentes. 

Às vezes perdemos um tempo precioso tentando convencer a pessoa para não cometer essa loucura, e esquecemos de perguntar o que está tornando sua vida tão insuportável... Trabalhar o “insuportável” é um bom caminho para evitar o imprevisível. 

Você gostaria de acrescentar algo a mais ao tema "A tentação do suicídio"?

6 comentários:

  1. Nossa família já passou por isso. Por mais que a gente tente entender, não é fácil!!!!

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  2. Ceres de Andrade Paes19 de julho de 2016 às 10:58

    Salve Maria,Querido Pe.Ramon,SJ!
    "Perdi"minha irmã gêmea assim,quando tinha 32 anos(exatamente 20 anos atrás...).
    Minha irmã tinha tentado inúmeras vezes ,até que um dia....conseguiu!
    A Família tentou ajudá-la,mas ela não queria ajuda,pois ela estava muito!!! doente.
    Eu falava de Deus com ela,convida-lhe para ir à Igreja comigo e ela visitava cemitérios....
    Precisamos ter discernimento suficiente para detectarmos isso perto de nós,pois o suicídio ,muitas vezes,vem em famílias,de geração para geração,como uma doença,um desequiíbrio ,um transtorno emocional e também psiquiátrico,e não somente de natureza momentânea:desemprego,situacional....
    Muitas pessoas são doentes,estão doentes e por preconceitos ou ignorância não se tratam ou se tratam erroneamente....
    Entender o suicídio....não tem como!
    Aceitá-lo....também não tem como!
    Pois a VIDA é um Presente que DEUS nos deu e somente ELE pode nos convidar para morar com ELE.
    Devemos ajudar,ter muito!!!!carinho,Paciência ,tolerância com pessoas nessas condições!Não é fácil mesmo.
    Rezemos!
    Ceres de Andrade Paes.

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  3. Muito boa a matéria principalmente que realmente é alarmante o número de suicídio por dia no Brasil, inclusive de crianças.

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  4. Talvez o Sr até já participe, mas se quer saber realmente como o suicídio virou banal entre na página do Face chamada... (já houve até psicologo tentando entender pq entramos nesta página). Aqui, em Nova Friburgo, outro dia foi um psiquiatra que se suicidou...

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  5. É preciso fortalecer a fé para que no momento do profundo sofrimento, da absoluta escuridão, do "apagão" geral do sentido da vida, tenha força o suficiente para enfrentar esse doloroso caminho e tomar como decisão final, viver em Cristo. Só assim diminuirá o suicídio. Essa é uma parte e talvez a principal, a outra é o social,economico, financeira, um capitalismo selvagem sem freio, a começar pelo berço. realmente parece estar tudo muito difícil.

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  6. Muito bom o artigo, Padre Ramon. "Trabalhar o 'insuportável' é um bom caminho para evitar o imprevisível". Ter pessoas que ajudem a trabalhar esse "insuportável", desde uma simples escuta amorosa, até uma ajuda mais especializada. É preciso despertar nas pessoas essa escuta do outro. Muitos conflitos e dores podem ser evitados com isso.

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