“... Encontraram Maria e José, e o
recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,16)
Hoje
começamos mais um “novo ano”. Na vida cristã, vamos de começo em começo,
através de começos sem fim... Recomeçar contínuo, no qual nos colocamos
sempre de novo à escuta para nos deixar conduzir por Ele, em direção ao
vasto oceano da vida.
O caminho para a vida começa no acesso a
uma simples gruta, para acolher a cena que o nascimento de Jesus desvela. Ali encontramos
um recém-nascido e seus pais, pastores, com a glória e o louvor de Deus... Os pastores, o presépio, o recém-nascido
representam a realidade inteira: somos nós mesmos... Tudo está aí, cheio da
Presença que dá sentido à nossa existência.
A
pequenez e a vulnerabilidade são os cartões de visita de Deus. Deus não nos
estende a mão a partir de cima, senão que se mostra necessitado a partir de
baixo.
As
primeiras testemunhas deste intercâmbio foram alguns pastores. Eles não eram
bem-vistos; no entanto, eles acolheram com assombro a grande novidade.
Receber de golpe tanta luz os cega, e o
medo se apodera deles. Os medos rondam sempre que temos possibilidade de mais
luz em nossa vida. Ver de novo, ver coisas
diferentes, é nascer de novo.
A luz
e a voz põem os pastores em marcha. Os sinais são mínimos e simples: um
menino, umas faixas, e um lugar onde os animais frequentam... Acaso eles não
tinham visto nascer outros meninos de noite e em pobreza? Por que aquele ia ser diferente? Como pode esta criança trazer
tanta alegria, amor e paz? Precisam ir juntos para descobrir isso: “Vamos até Belém para ver”.
Há
muito que ver em Belém, mas nem todos os olhares o percebem. Os olhares
opacos não se alegrarão, e os desconfiados não entenderão. Só os pobres e
pequenos se admirarão, e a paz será sua recompensa. Paz profunda e transbordante.
Esta
cena será a plataforma para este Novo Ano que começa: Como será? O
que acontecerá? O que vou construir? A quem amar? Continuarei vivendo sem saber
exatamente o que quero? Viverei na rotina ou aprenderei a viver com espírito
mais criativo?
O “novo” do ano não virá de fora, mas de
dentro. Sacudir a poeira, a mesmice, a mediocridade. Saia da sua casa e vai, como os pastores, ao encontro do pequenino.
Ano Novo, vida nova! Não contentar-se com o pouco nem com um
mundo acomodado. Busque sempre se doar
mais.
Boa caminhada em 2017!
0 comments:
Postar um comentário