Bruno Nobre, 39 anos, tem uma
licenciatura em Física Tecnológica e um doutorado em Física de Partículas
Elementares, defendido
em 2005 no Instituto Superior Técnico. No
mesmo ano entrou para a Companhia de Jesus, tendo posteriormente concluído
uma licenciatura em Filosofia na Universidade Católica Portuguesa e um mestrado
em Teologia no Boston College, nos Estados Unidos. Foi ordenado sacerdote em 2016 e dedica-se agora a um pós-doutorado
em Filosofia da Ciência, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A
religiosidade, que se expressa de forma distinta nas diversas culturas, exprime
algo que é fundamental em cada pessoa: a sua
abertura à transcendência. O horizonte da existência humana é Deus. Procuramos
incessantemente o bem e a verdade, e a consciência de que nenhuma realidade
criada pode satisfazer o nosso desejo de plenitude. O ser humano é uma pergunta para a qual Deus é a resposta.
Minha vocação? Entrei na
Companhia de Jesus após a conclusão de um doutorado em Física. Estava convicto
de minha vocação sacerdotal, como jesuíta.
Não decidi tornar-me jesuíta de um dia para o outro. Nos anos
que passei na universidade a minha fé foi amadurecendo, e a minha inserção na
Igreja foi-se fortalecendo.
Quando era criança tinha
uma sensibilidade religiosa,
reprimida nos primeiros anos da faculdade. Quando terminei o doutorado, entrar na Companhia de Jesus foi a decisão
mais natural e que correspondia ao meu desejo mais profundo.
A religião pode ser uma importante fonte
de criatividade e de formulação de hipóteses científicas. O desejo de
contemplar a ordem e a harmonia da natureza pode ter uma ressonância religiosa,
como aconteceu com alguns cientistas famosos. A religião pode servir de
motivação e estímulo para a prática científica. É verdade, no entanto, que um
cientista religioso deve respeitar, como qualquer outro cientista, os métodos e
rigor próprios da sua área de pesquisa. Nisto não se distingue dos outros
cientistas. A religião pode ser, para
alguns cientistas, uma fonte de motivação. No entanto, creio que em geral
um cientista religioso sério, como um cientista ateu ou agnóstico, desfruta da
ciência pela ciência, sem segundas intenções. Esse é, certamente, o meu caso.
Não
é fácil conciliar ciência e religião sobre tudo quando temos uma compreensão superficial destas duas
dimensões da cultura humana. Ciência e
religião tem concepções diferentes do mundo e do ser humano, mas não
necessariamente contraditórias. Ciência e religião não são incompatíveis. Ciência
e fé são dois mapas distintos da realidade. Mas nenhum deles é falso, pois olham a realidade de forma distinta.
Quando ciência e fé entram em contradição profunda, devemos perguntar-nos se
uma delas, ou ambas, não está a ultrapassar o âmbito que lhe é próprio.
A ciência moderna compreende a natureza
em termos de leis rígidas e regulares. Este tipo de leis aplica-se, geralmente,
aos níveis de complexidade inferiores, em particular no domínio da física e da
biologia. Mas, a natureza é muito mais
do que os níveis da física ou a biologia. E há mais, sobretudo, do que as
leis que os descrevem. Não é absurdo pensar que a proximidade de Deus conduza a
natureza à sua máxima atualização, superando o que seria expectável de acordo
com as teorias científicas vigentes. Neste sentido, diria que os milagres não são propriamente uma
suspensão das leis da natureza, mas uma antecipação da sua transfiguração
final, que só pode ser iniciativa de Deus.
Segundo Santo Agostinho: “Se
compreendes, não é Deus.” O mistério de Deus está muito acima das capacidades naturais da
razão. Embora Deus não seja opaco à razão humana, esta não consegue nunca
penetrar toda a Sua profundidade. Deus está sempre mais além do que dele
possamos pensar ou dizer. Deus não pode
ser encerrado nas nossas teorias e conceitos. E se nos convencemos de que
um determinado conceito ou ideia tem a capacidade de expressar totalmente o
mistério de Deus, então já não é Deus que está no nosso horizonte, mas uma
ideologia ou um ídolo.
Essas são as legítimas vocações dos que "largaram TUDO" para seguir ao Senhor. São homens que dão fruto onde quer que estejam! Que sigam nos inspirando...
ResponderExcluirPe.Ramon Cigõna,SJ
ResponderExcluirBom dia!!!
Fiquei muito feliz!!!!em ler esse artigo e saber que a Igreja Católica Romana Apostólica ganhou mais um sacerdote e....JESUÌTA!!!
Ao ler esse artigo,lembrei-me de meu pai Prof.Dr.Emílio de Vasconcellos Paes(+),que tb.era físico(Físico Nuclear),muito amigo do Pe.Henrique Vaz,SJ(+).Meu pai estudou Filosofia e escrevia poesias.Numa delas,ele fala dos átomos e de Deus,o Criador de todas!!!as Obras do Universo.
Ciência e Fé andam de mãos dadas,é a Fé e a Razão!
Mas....a Fé vem em primeiro lugar!
Sem um Criador ,não existiria VIDA,não existiríamos e toda a Ciência seria inútil.A Fé é a Base,é a Estrutura invisível de toda a Ciência explicada,e comprovada.É Deus na base,no Centro e no TODO da Ciência!
Rezarei muito para um dia vir a conhecer o Diácono Bruno Frangueli,SJ e o Pe.Bruno Nobre,SJ.Os Brunos são muito!!!!inteligentes.Tenho também um filho Bruno(Bruno Paes Baumgarten,de 29 anos,Engenheiro Químico).Rezem por ele!e rezarei sempre!!!!por toda a Companhia de Jesus,que desde a minha adolescência me acompanha,pois o 1o sacerdote jesuíta que conheci foi o Pe.Cartelle,SJ(Paleontólogo) na Igreja de Santana(bairro:Serra)em BH,.MG.
Fiquemos unidos nos Corações e em Orações.
Beijos fraternos.
Ceres Paes.