Vivemos entre luzes e sombras

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Caminhamos entre luzes e sombras... Alguns pensam que a banalização do nome de Deus e do uso que fazem dele muitos cristãos e Igrejas é um dos motivos do ateísmo contemporâneo.

Fé e descrença estão entrelaçadas. Em cada crente há um descrente! Todos caminhamos entre a luz e a sombra. A descrença é também uma experiência dos discípulos de Jesus. Falamos de Deus de um modo humano.

A própria descrença pode ser um caminho de fé. O Deus da Revelação é sempre o totalmente outro e escondido.

Na proibição das Escrituras hebraicas para fazer imagens de Deus parece estar contido o convite de olhar para além, transcendendo o sensível e imediato. Ao mesmo tempo, ele se revela como o misericordioso e o compassivo, e a descrença é entendida como idolatria.

Os ídolos narcotizam as consciências; Deus as inquieta e responsabiliza. O culto do antigo bezerro de ouro encontra nova versão no fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem propósito humano.

Na história houve os ateus militantes (FeuerbachMarxFreudNietzsche...), que desafiaram a fé cristã em muitos aspectos, mas hoje a forma de descrença mais generalizada é a indiferença religiosa. A pós-modernidade parece se despedir sem dramas das 'grandes narrativas' e refugiar-se na apatia, resignação ou na banalidade do cotidiano consumista e hedonista.

E o ateísmo militante filosófico se banalizou num anticlericalismo agressivo, carregado de velhos slogans, totalmente fechados ao diálogo. Provavelmente, reação visceral a uma mentalidade cristã obsoleta e retrógrada.

O que fazer? Não há dúvida, a descrença nos forçou a trazer à maior luz a beleza do Evangelho como projeto de plena humanização. Precisamos estar no mundo com simpatia e espírito de discernimento crítico-profético. Não se trata, pois, de transmitir conteúdos, mas de experimentar Deus inaugurando uma nova qualidade nas relações consigo e com os outros.



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