O amor perdido...

Suas palavras eram mais doceis do que o mel!...

Você já se decepcionou com alguém? Um dia amou e pensou que essa felicidade seria para sempre, mas acabou?... E, então, surgem aqueles sentimentos horrorosos: Raiva, ódio, sofrimento, choro, esqueço, perdoo, acalmo... Essas são algumas das fases para curar a ferida do amor perdido, até ela cicatrizar. E quando cicatrizar, já não doerá mais, mas demora um bocado de tempo para ficar no passado...

O relacionamento humano é um mistério. As pessoas ficam juntas, num equilíbrio instável, torcendo para que isso continue firme e não desabe, pois como controlar os sentimentos dos outros? Não somos donos de ninguém e se alguém fica junto é porque quer e ama... A separação indica que o amor acabou...

E quando a presença sufoca, ela também acaba? Sim, acaba! E aí vem aquela sensação: liberdade para um, perda para outro... e de novo aqueles sentimentos: raiva, indiferença, remorço e fingimento por ter feito o papel de palhaço... Ninguém sai ileso quando o relacionamento termina! Por dentro estou sofrendo, sabendo que te perdi; por fora estou vivendo, fingindo que te esqueci... Até quando? Até cansar e os dias passarem e também os meses e os anos... Isso não tem fim? Não sei, mas dizem que o tempo ajuda a curar as feridas...

Por que as pessoas se ignoram e até se odiam depois de tanto se amar?... Alguém pode responder a essa pergunta? É mágoa, teimosia, vingança, que tanto mais está presente quanto mais doe?... Alguém já passou por isso? Os psicólogos dizem que quanto mais negamos mais presente os fatos ficam!

Mas, como a vida continua, buscam-se razões para voltar ao normal. Normal com tantas lembranças e feridas? As razões não convencem, mas ajudam a superar o trauma: Nunca chores por um amor perdido, pois se ele fugiu é porque nunca foi seu... diz a sabedoria popular. Um amor se cura com um outro amor!... Meu Deus, como não endurecer o coração com tantas decepções?

O amor se perde quando o poupamos, e cresce se o doamos... É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado, dizia o mineiro Guimarães Rosa.

A vida é boa mestra e com ela aprendemos que é preciso cuidar dos outros sem cansar. Talvez seja essa a palavra mágica, pois quem cuida, ama e quem ama cuida!

Conhecemos muitas pessoas decepcionadas, pelo amor perdido! Segundo São Paulo o amor nunca acaba! e então, como é que fica? Era amor ou apenas paixão? Quando o amor acaba, o mundo parece desabar...

Uma pergunta: Você já passou por algo parecido?


2 comentários:

  1. Quando minha mãe, coitada, enumera (e até hoje enumera, rs...) as inabilidades para marido que meu pai, coitado, exibia, (sim, coitados ambos... como 2 pessoas tornaram-se especialistas em amargurar mutuamente as vidas!...) ocorre-me sempre a mesma interrogação intima irônica: será que o casamento de meus pais foi arranjado e minha mãe só conheceu meu pai depois de casada?? Porque ninguém se casaria, em sã consciência, com um sujeito tão sórdido...
    Como um casamento pelo qual minha mãe confrontou familia, céus, infernos e terra terminou tão mal? Como minha mãe se enganou tanto?
    Por outro lado, um namoro sério que minha mãe teve, antes de meu pai - e esse sim, garanto diante do Trono que foi um relacionamento com um cafajeste! - é descrito sempre com as mais róseas cores do mais puro enamoramento! Como é possível??
    Não é gozado? Pois é. Mas é simples. Não há mistério: Minha mãe nem se casou com meu pai nem namorou com Eduardo. Ela se relacionou com ideais dela, com necessidades dela projetadas maciçamente sobre ambos. E quando eles, por força da convivência, foram "se tornando" quem realmente eram diante dos olhos de minha mãe, o mundo se acabou: o mundo interior de minha mãe acabou. Como acaba o mundo interior de quem sofre pela perda de um grande amor. Quem nunca passou por isso?
    Porque o mundo se acaba? Porque a pessoa literalmente adoece, destroçada, ao perder um amor?
    Acho que é porque a partida do outro NÃO É o afastamento de alguém que amo, mas que não sou eu. É OUTRA pessoa. Na verdade, essa partida e de um naco de minha alma e um pedaço sangrento de minha carne que são arrancados sem piedade nem anestesia de mim mesmo. Não é assim que sentimos? É, sim.
    Chico canta: " Ó pedaço de mim... Ó metade adorada de mim..." E quando chega nesse pedaço que diz "ó metade adorada de mim"... todo o mundo fecha os olhos e canta junto, emocionado, não é? E, sim.
    "Metade adorada" é expressão quente! Diz de uma vez a razão de tanto sofrimento: quem partiu não foi um OUTRO, e sim um pedaço de mim. Sofro não por um outro, mas choro meu amor POR MIM que foi ferido. Choro pir minha própria necessidade faminta que permaneceu insaciada.
    Sofremos atrozmente por amor porque não sabemos amar senão a nós mesmos. E quando o amor se vai, destroça a nós mesmos, e isso MATA.
    É muito difícil ver alguém que amamos sofrendo, digamos, por ter sido atropelado por um trator. Mas se foi a nós que o trator atropelou, nós não só sofremos como corremos risco de morrer. A perda que mata é a perda do amor a si mesmo...
    Se as perdas nos ensinassem a
    - ver quem o outro realmente é, com suas necessidades iguais às minhas, com seus limites iguais aos meus.
    - ver minha própria negatividade, de tal modo que nao fosse impossível para mim ver a negatividade do outro, também.
    - lidar com nossos limites, encontrando maneiras de conviver com eles, cuidar deles
    - reconhecer meus próprios limites e dizer, quando for o caso: há, entre mim e aquela pessoa, uma aresta de convivência impossível, que eu não sou capaz de suportar... Melhor me afastar dela mansamente, em vez de, depois, transformá-la em vilã da minha história porque eu queria dela algo que ela jamais poderia me dar...
    - ver o que há de fome em mim que SÓ EU posso saciar, e mais ninguém.

    Quem sabe, aprendendo com as perdas, poderíamos, um dia, viver COM O amor, amor sempre vivo em nós... em vez de morrer de amor a cada adeus...

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    1. Estou na "hora boa" de reafirmar: Quando a morte do relacionamento não significar minha destruição; quando a distância de quem se ama não significar o meu esquartejamento; quando as frustrações dos vínculos não representarem a minha eterna crítica amarga e minha descrença de mim e dos outros, aí o "amor", minúsculo e com aspas, terá virado Amor.

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