UMA ESPIRITUALIDADE PARA `REFORMAR´ A VIDA…(cf. Pe. E. Royón, SJ)




Numa época complexa e agitada, como foi a do século XVI, Inácio de Loyola surge não como um reformador, mas como um mistagogo que introduz no mistério de Deus, depois que este adentrou na sua vida. 

Como fundador de um novo grupo não se perdeu em por menores (sem hábito, sem oração comunitária, sem penitências obrigatórias, sem regime capitular, etc), para valorizar o serviço e a missão. É um pequeno grupo de `padres reformados´, que vivem no meio dos outros, e realizam gratuitamente os ministérios.

Se Inácio encontrou uma Igreja corrompida, não permitiu que nenhum grito de angustia escapasse dos seus lábios. Estavam escandalizados por muitas coisas, mas ao contrário de outros `reformadores´ da época, rara vez lançaram críticas generalizadas e de desalento. Contam que ocasionalmente um dia teria dito: se o Papa se reformasse a si mesmo, a reforma da igreja viria como consequência. Contudo, sua opção apostava pela reforma da base, das pessoas; daí sua opção pela formação dos sacerdotes, e em particular dos candidatos ao sacerdócio. Ele opta não pela reforma das estruturas, mas daquela das pessoas. Eles se diziam «amigos no Senhor». A reforma da Igreja começa com a reforma das pessoas. Ele a denomina de «mudança» interior que se expressa também exteriormente.

Vivemos tempos turbulentos como aqueles de Inácio, mas também são um `kairós´ de graças. A vida que levamos mostrará o senhor que seguimos.

Há uma lógica antievangélica que se manifiesta no desejo desenfreado de poder, prestigio, e riquezas. Até podemos ser enganados pelo falso `anjo de luz´...  A Cruz é nosso distintivo e selo de credibilidade. 

Dias atrás, recebi uma mensagem de um homem falando mal do Papa e da Igreja Católica. E se dizia católico! Este Papa não me representa! Dizia furioso. Eu respondi que era livre para fundar uma seita com aquele fanático que ele admirava, e que tinha perdido a fé católica, e no seu lugar tinha colocado uma `ideologia´ de extrema direita...Acreditar na pessoa e na proposta de Jesus tem suas consequências! Inácio sabia por experiência que nunca foi fácil caminhar com a Santa Mãe a Igreja hierárquica. 

Somos discípulos e discípulas de Jesus caminhando como irmãos na Igreja. O seguimento do Senhor não será verdadeiro sem amar a sua «Esposa, que é a Igreja». Não há autêntico amor e seguimento de Jesus se excluímos à Igreja.

Entre Jesus e a Igreja habita o mesmo Espírito que os conduz... 


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