Quando projetamos o horizonte da sinodalidade, devemos ter presente que deve ser verdadeiramente eclesiológico e espiritual. Estas são duas dimensões que abraçam essa realidade, sem cair na tentação de pensa-lo como algo apenas funcional.
Neste sentido, nos ajuda a eclesiologia do Concílio Vaticano II, que apresenta a Igreja como “mistério”, sinal e instrumento de comunhão, e como “Povo de Deus”. Nela encontramos a diversidade de vocações e ministérios, reinando “uma verdadeira igualdade quanto à dignidade e ação comum a todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo” (LG 32). Igreja toda ela ministerial, onde a autoridade se exprime como serviço. A sinodalidade é o modo autêntico de ser Igreja. Para isso, devemos conhecer a realidade desde dentro e discerni-la num desejo de comunhão, que possibilitará novas realidades e dinâmicas como um processo a seguir.
Mais uma vez, podemos entre ver que o Papa Francisco está contemplando um caminho de busca, onde a relação reconfigurada entre os fiéis e os bispos, tem que estar marcada na crença de que o Espírito Santo atua por meio de todo o povo de Deus.
Esse desafio nos coloca frente a tentação de ficar apenas falando sobre a sinodalidade, quando a grande reforma será feita pelo Espírito, processo de uma igreja que cria espaços para que o Espirito santo sopre, ilumine, conduza e atue.
Vimos na fase pós-pandêmica que as últimas mudanças marcam o movimento de reforma mais venturoso do papado de Francisco. Se isso acontecer, como parece que o Espirito está sonhando, vai incorporar nas estruturas e hábitos da Igreja um processo de renovação, tão importante como o Concílio Vaticano II, e que durará para além do seu pontificado. Para isso, é necessário enfrentar os novos desafios que irão surgindo durante o processo, como a tentativa de escutar todos os batizados.
Se nos mergulhamos e contemplamos essa ação transformadora da escuta, já dá um ar novo á toda a igreja, renovando-a, para ouvir o que o Espírito diz à Igreja. O sínodo busca o sensus fidei. Uma igreja poliédrica.
O Papa também insiste e lembra que o sínodo não é o parlamento, onde a maioria impõe suas ideias. Agora é o tempo novo, o tempo do consenso, como uma verdadeira reforma, onde as pequenas minorias já não podem vetar qualquer mudança ou impor ideias que não sejam canalizadas pelo processo sinodal.
Precisamos ter a coragem de abrir as portas dentro de nós mesmos e confiar que o Espírito Santo nos guiaráno escutar, discernir e colocar em pratica na fidelidade a Jesus Cristo, mestre e Senhor de todos.
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