Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens... (Lc 2,52)
Toda família é escola e mestra da vida... Quando a semente humana não recebe os nutrientes emocionais, intelectuais e espirituais que necessita, a vida se torna estéril e a felicidade perde o vigor.
“Cada família é um mundo” e dentro desse pequeno “mundo” que cada pessoa se faz mais humana. Por isso, ser-estar-pertencer a uma família que de algum modo determinou sua futura missão. Sua permanência em Nazaré foi um longo aprendizado. Foi em Nazaré que Jesus aprendeu a ter um coração grande e universal.
Quando falamos da infância de Jesus, muitas vezes nos limitamos a afirmar que temos pouquíssimo relatos sobre ela nos evangelhos. Mas, sob outra perspectiva, podemos afirmar que temos muitíssimos elementos, revelados pelo próprio Jesus que modelara a sua natureza humana.
Quem, senão José, poderia ensinar a Jesus o que conhecia sobre o trabalho (colheitas, tempo, aves...) e o mundo que os rodeava? Quem, senão Maria, poderia ensinar Jesus a tratar bem as pessoas, a servir o próximo, a olhar, a falar e a sorrir? Ela, certamente, lhe ensinou muitas coisas da vida doméstica, conforme percebemos os exemplos que o Mestre usou em seus ensinamentos: imagem do candil, fermento na massa, remendo novo em roupa velha, etc...
Em cada gesto de Jesus, vemos um ensinamento do Pai e de seus pais; em cada parábola, em cada cura havia um modo e uma sensibilidade de tratar o enfermo... Jesus recebeu de sua família um modo de ser e de viver, de acordo com a sociedade de seu tempo.
“E Jesus crescia em sabedoria...” Sabedoria é conhecimento global que permite “saborear” tudo em profundidade; experiência constante, não ocasional, que abrange a vida inteira; contemplação e memória das coisas que permanecem, humorismo e otimismo, sentido do mistério e do eterno... Nazaré é tempo de crescimento e de maturação humana.
Jesus pregou o que viveu no espaço familiar. O espaço familiar foi o seu primeiro campo de aprendizagem como todo ser humano. Com a presença inspiradora e ajuda de seus pais, Jesus foi alargando seus horizontes e discernindo seu caminho e sua missão. Seu lar em Nazaré foi rampa de lançamento para sua vida pública.
Custa-nos muito descobrir a “espiritualidade da vida cotidiana”, a vida de cada dia nos parece sem sentido, sem muito destaque e sem muitos fatos extraordinários.
Nazaré se revela também como espaço e tempo do “coração”. Por isso, “Maria guardava tudo isto e meditava-o em seu coração” (Lc 2, 19).
Na língua portuguesa a palavra “coração” designa a sede da afetividade, dos sentimentos ao passo que na cultura oriental e bíblica, “coração” é o lugar da interioridade e de intimidade com Deus.
O “coração” representa o núcleo mais íntimo e mais secreto do nosso ser; lugar das “manifestações vitais”. Meditar um assunto em nosso coração significa “auscultar” as “moções interiores” e ouvir o que o coração nos tem a dizer. Por “coração” entende-se o núcleo central da nossa personalidade humana.
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