Grandes Epidemias na história dos humanos...


 
Possivelmente, a primeira praga narrada foi a sofrida pelos filisteus, quando tomaram a Arca da Aliança, na planície de Saron: “A mão do Senhor feriu os homens com hemorroidas” (1Sm 5,6.9). Após ferir a mais de 50.000 pessoas, os filisteus decidiram devolver a Arca aos hebreus. Era o ano de 1070 aC.


Outras pestes foram registradas pela história: Peste de Atenas, em 428 aC., e narrada por Tucídides, na famosa Guerra do Peloponeso: No início do verão, os peloponesos invadiram o território de Ática. Poucos dias depois, sobreveio aos atenienses uma terrível epidemia. Jamais se vira açoite semelhante e vítimas tão numerosas. A ciência humana mostrou-se incapaz, e em vão se elevavam orações nos templos e preces aos oráculos... Sintomas? Dor de cabeçaolhos inflamados, respiração irregular, rouquidão... Pele avermelhada e cheia de erupções e feridas. A maior parte dos atingidos morria depois de poucos dias... Os cadáveres ficavam insepultos... Parece com a pandemia do Coronavírus (2020) vivida em alguns lugares.


Outra peste terrível ocorreu no ano 396 a.C, em Siracusa, após o exército de Cartago sitiar a pequena e bonita cidade italiana. A doença, surgiu primeiro entre os soldados, mas logo dizimou o seu exército. Os soldados morriam entre o quarto e o sexto dia. O império Romano foi o grande beneficiário dessa epidemia, pois venceu facilmente os invasores cartaginenses contaminados...

 

No século II dC sobreveio a peste Antonina, iniciada em Roma (169 dC), logo se espalhou por toda Itália (189 dC.). Sintomas dos doentes? Ardor nos olhos, falta de apetite e sede inextinguível, tosse violenta, rouquidão, erupção de pústulas, vômitos, diarreia, perturbação das faculdades intelectuais... Óbito em uma semana...

 

A peste Justiniana iniciada no império bizantino, tempos do imperador Justiniano, 542 dC. Os doentes apresentam febre ligeira, mas passado um dia ou mais surgia um bubão em ambas regiões, inguinal e axilar, ou em outra parte do corpo; alguns entravam em coma, outros em delírio.


A Peste Negra do Século XIV. Foi a maior e a pior epidemia da história. Chamada de Peste negra pelas manchas escuras que apareciam na pele dos enfermos. Teve início na ásia Central, e logo se espalhou por via terrestre e marítima em todas as direções. Em 1334 causou cinco milhões de mortes na Mongólia e no norte da China. Houve grande mortandade na Mesopotâmia e na Síria, cujas estradas ficaram juncadas de cadáveres dos que fugiam das cidades. No Cairo os mortos eram atirados em valas comuns e em Alexandria os cadáveres ficaram insepultos. Calcula-se em 24 milhões o número de mortos.

 

Em 1349 a peste chegou ao centro e ao norte da itália e dali se estendeu por toda a Europa. Em sua caminhada devastadora, semeou a desolação e a morte nos campos e nas cidades. Povoados inteiros se transformaram em cemitérios. Calcula-se que a Europa tenha perdido pelo menos um terço de sua população.

 

Esta epidemia inspirou o livro Decamerão, de Giovanni Bocaccio, que viveu de 1313 a 1375. As cenas que ele descreve no prólogo do livro passaram na cidade de Florença, itália. Bocaccio descreve os sintomas: Apareciam na virilha ou nas axilas alguns inchaços, que cresciam como maçãs (o povo chamava de bubões), manchas de cor negra nos braços, nas coxas e em outros lugares do corpo, em alguns as manchas eram grandes e esparsas; em outros, pequenas e abundantes, mas todas mortais. 


As autoridades estavam perdidas e aflitas. Uma das maiores dificuldades era dar sepultura aos mortos: “dada a grande quantidade de corpos, passaram-se a edificar igrejas nos cemitérios e punham nessas igrejas os cadáveres que iam chegando, empilhados como mercadoria barata”. A grande mortandade teve início em Avignon, em 1348. A epidemia se apresentava de duas maneiras: febre e expectoração sanguinolenta. Os doentes morriam em três dias. Era muito contagiosa e se propagava rapidamente de uma pessoa a outra; a caridade e ajuda aos enfermos desaparecera por completo. O povo procurava uma explicação para tal calamidade: castigo divino? Aproximação do Apocalipse?...


No meio de tanto desespero e irracionalidade, houve alguns episódios edificantes. Muitos médicos se dispuseram a atender os apestados com risco da própria vida, e adotavam para isso roupas e máscaras especiais. Alguns dentre eles evitavam aproximar-se dos enfermos. São Roque foi escolhido como padroeiro dos apestados. 


As consequências sociais dessa calamidade, foram imensas: cidades despovoadas, casas e propriedades rurais abandonadas, sem herdeiros legais; a produção agrícola ficou reduzida, e a nobreza empobrecida...

 

A Peste negra foi a maior, mas não a última das epidemias. A doença perseverou sob forma endêmica por muitos anos... 


Entre 1894 e 1912 houve uma outra pandemia que teve início na costa do Pacífico.  Finalmente chegamos a mal chamada gripe espanhola, oriunda da Europa em 1918, após a Primeira Guerra Mundial, vitimou cerca de vinte milhões de pessoas... 


No meio de tamanha desgraça a humanidade sempre ressurgiu como ave fênix. Deus estava conosco!... A luz da esperança nunca se apagou.


E você o que pensa?


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