Todos os santos e santas de Deus...

Irnãos e irmãs, bom dia! 

Hoje celebramos a Solenidade de Todos os Santos. À luz desta celebração, detenhamo-nos por alguns minutos na santidade, em particular em duas das suas características: é um dom, não se compra, e ao mesmo tempo um caminho. 

Em primeiro lugar, um presente. A santidade é um dom de Deus que recebemos com o Batismo: se a deixarmos crescer, pode mudar completamente a nossa vida, iluminando-a com a alegria do Evangelho. Portanto, os santos não são heróis inatingíveis ou distantes, mas pessoas como nós, nossos amigos, cujo ponto de partida é o mesmo dom que recebemos: o batismo. Na verdade, se pensarmos bem, certamente conhecemos algum, algum santo “ao lado”(...): pessoas generosas que, com a ajuda de Deus, responderam ao dom recebido e se deixaram transformar dia a dia pela ação do Espírito Santo.

Portanto, a santidade é um dom oferecido a todos para uma vida feliz. E afinal, quando recebemos um presente, qual a primeira reação? É justamente que somos felizes, porque significa que alguém nos ama; felizes, «bem-aventurados», como Jesus repete hoje muitas vezes no Evangelho das Bem-aventuranças... É justamente que somos felizes, porque significa que alguém nos ama; felizes, «bem-aventurados», como Jesus repete hoje muitas vezes no Evangelho das Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1-12). Todo presente, porém, deve ser acolhido, traz consigo a responsabilidade de uma resposta e o convite ao compromisso para que não seja desperdiçado. 

O Concílio Vaticano II recorda-o quando afirma que todos os baptizados receberam a mesma chamada a «manter e aperfeiçoar com a sua vida a santidade que receberam» (LG, 40). Por isso dizemos – e este é o segundo ponto – que a santidade é também um caminho, um caminho a percorrer juntos, ajudando-nos mutuamente, unidos a esses excelentes companheiros de escalada que são os Santos. 

São os nossos irmãos mais velhos, com quem podemos contar sempre: apoiam-nos e, quando nos equivocamos no caminho, com a sua presença silenciosa não deixam de nos corrigir; são amigos sinceros, em quem podemos confiar, porque desejam o nosso bem. Na sua vida encontramos o exemplo, na sua oração recebemos ajuda e na comunhão com eles formamos um vínculo de amor fraterno. 

A santidade é um dom e um caminho. Portanto, podemos perguntar-nos: lembro-me de ter recebido o dom do Espírito Santo, que me chama à santidade e me ajuda a chegar lá? Devo agradecer a ele por isso? Sinto os santos perto de mim, recorro a eles? Conheço a história de alguns deles? Faz-nos bem conhecer a vida dos santos e deixar-nos comover pelos seus exemplos. E nos faz muito bem recorrer a eles em oração. 

Que Maria, Rainha de todos os Santos, nos faça sentir a alegria do dom recebido e aumente em nós o desejo da meta eterna.

Amém!