27. A doença do discípulo... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)

Muitas vezes cuidamos dos outros, mas chega um dia em que os outros têm que cuidar de nos! E nessa situação de extrema dependência, quantas lições aprendemos! Inácio de Loyola também passou por essa experiência:

Vindo o inverno, Inácio adoeceu de uma enfermidade muito difícil, e para curá-lo, a cidade o colocou em casa do pai de um tal Ferrer. Ali foi curado com muita diligência. Pela devoção que já tinham com ele, muitas senhoras principais o vinham velar de noite. Refazendo-se desta enfermidade, ficou muito debilitado e com freqüente dor de estômago. Por estas causas e por ser o inverno muito frio, o obrigaram a que se vestisse e calçasse e cobrisse a cabeça. Assim o levaram a tomar duas roupas pardas, de pano muito grosso e um boné do mesmo, como meia gorra... (Autob. 34).

Conhecemos o nome dessas mulheres caridosas que assistiram o nosso doente: Inês Pascual que conheceu Inácio nos primeiros dias de sua chegada a Manresa, Jerônima, Inês Claver, Micaela Canyelles, Ângela Amigat e Brianda de Paguera... Esse pequeno grupo de mulheres bondosas foi chamado por alguns e não sem certa malícia, das “Ínhigas”, discípulas de Ínhigo de Loyola.

Aquelas mulheres piedosas não só cuidavam de Inácio, como também oravam com ele e por ele. Com certeza também o escutavam e guardavam fielmente suas confidências. E, certamente o encorajavam, pois a doença prolongada derruba até o ânimo do mais forte!

Toda doença coloca em evidência nossa limitação; não somos perfeitos e dependemos, muitas vezes, da boa vontade e caridade dos outros! Assim eu o experimentei nos quatro dias que fiquei na UTI e mais sete no hospital Samuel Libânio de Pouso Alegre/MG. Muitos me visitaram e oraram por mim! Agradeço de coração, pois quando doentes, nos submetemos aos cuidados de estranhos e confiamos cegamente neles... E em Deus sobretudo! 

A doença é tempo precioso para exercitar a paciência e a humildade; assim como reavaliamos a própria vida e experimentamos mais a misericórdia de Deus e a bondade das pessoas.

Toda doença nos torna mais humanos e provavelmente melhores cristãos!

Uma pergunta: Como você reage às doenças dos outros?

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