4. O amor no crescimento humano...

Hoje eu desenho amor...
O caminho do amor é fonte de vida e sua carência origina diversos transtornos físicos e emocionais. Um sadio desenvolvimento humano contém certamente estas experiências:

Autoconhecimento adequado. Somos um “eu” que vive e cresce junto com outras pessoas, mas ao mesmo tempo nos sentimos separados delas. Fazemos parte de uma família ou grupo e, contudo, somos desiguais. Aos poucos, tomamos consciência de nós mesmos e dos desejos pessoais e tomamos decisões pessoais vocacionais, profissionais e afetivas importantes. Este conhecimento de ser alguém que vive junto e ao mesmo tempo separado é fundamental.

Liberdade responsável. Quando crianças dependíamos totalmente de nossos pais. Não há no mundo um ser tão frágil e carente como o humano. A capacidade de ser independente e de se virar física e emocionalmente foi adquirida com lentidão e sofrimento. Por algum tempo, outros decidiram por nós, mas aos poucos brotou o desejo de escolher as “próprias” coisas: amigos, valores, profissão, vocação... Esse “desejo pessoal” é intransferível e marca o modo de expressar a energia vital de cada um.

A nossa liberdade se expressou inicialmente como “espontaneidade” de respostas físicas e afetivas. Depois, passou pelo “Não quero!”, rotundo e enérgico da criança às propostas dos pais. Mais tarde, passamos pela autonomia, mais ou menos responsável, do jovem. Conheço adultos onde o “NÃO, ainda é muito mais frequente do que o “SIM”. Enfim, a liberdade cresce quando assumimos com responsabilidade as consequências das próprias decisões.

Criatividade em desenvolvimento. Quando o conhecimento e a liberdade convergem, brota a criatividade, essa capacidade de renovar a beleza da Criação. Gerar vida numa infinidade de gestos é possuir o dom da paternidade ou da maternidade física ou espiritual. Cuidar com carinho daqueles que um dia nasceram ou entraram nas nossas vidas é sinal de maturidade.

Capacidade de intimidade. O primeiro relacionamento amoroso foi, evidentemente, com a própria mãe. Depois, a vida abriu novos horizontes e nos foi relacionando com o pai, irmãos, parentes e, quem sabe, até com algum animalzinho de estimação (cachorro, gato, passarinho, etc.). Mais tarde, passamos pela integração na sala de aula do Grupo Escolar, os “amigos do peito” do Colégio ou da Faculdade... Aos poucos, surgiram sentimentos românticos e altruístas: primeiro namoro ou partilha de vida com alguém que se escolheu como confidente, amigo/a ou companheiro/a de vida... Crescer na intimidade é fundamental para se sentir feliz e realizado.

A intimidade e a cumplicidade fazem florescer a energia vital, dando sentido à própria vida.

Integridade e santidade. Encontramos um elo íntimo entre a vivência positiva da sexualidade e a santidade, entendendo esta como coerência de vida sempre aberta aos outros. Deus nos criou com características próprias e essa diversidade colabora na socialização do que somos e temos. A sexualidade, como a afetividade, são um presente do Criador a serem partilhados com responsabilidade.

Às vezes, a vivência da sexualidade se transforma num manancial inesgotável de transtornos. O que era para ser um dom virou pesadelo. Como reverter essa negatividade. A sexualidade é um caminho para a santidade e, certamente, a santidade não é para pessoas assexuadas.

A santidade é, simplesmente, integridade humana, desde a perspectiva da graça. A palavra latina “salus” significa ao mesmo tempo “saúde” e “salvação”. Sem doação não há amor nem saúde, nem santidade.

Não há vários tipos de amor nem tipos de saudades, de ódio ou de inveja. O amor existe ou não, e nisso radica o nosso drama. Há pessoas que não amam, só pensam em si mesmas e são incapazes de relacionamentos gratuitos.

As dificuldades nos relacionamentos indicam carência de amor. O amor não é cego, mas enxerga tudo de outra forma. A santidade como o amor se baseiam no respeito, na disposição de ouvir, no perdão oferecido e na confiança espontaneamente expressada. O amor platônico não faz as pessoas mais santas.

Quando a energia sexual se transforma por graça em vinculo de amor, brotam espontaneamente a felicidade, o bem-estar físico e a santidade.

Quem anda sempre no amor, não cansa nem se cansa.

Uma pergunta: Você cresce em intimidade?

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