5º Dia, 2º Exercício: Dois amores, duas bandeiras, duas cidades...

O Reino de Deus é como uma pérola preciosa...
Pedir conhecimento interno do Senhor que por mim se fez homem, para mais amá-lo e segui-lo e também conhecimento das ciladas do inimigo e ajuda para delas me livrar. Conhecimento da "verdadeira vida" que Jesus ensina, e graça para imitá-lo.

Começamos a dar uma atenção especial ao compromisso, à opção por Ele, à eleição, em termos inacianos. Uma opção bem feita requer a descoberta da amorosa vontade de Deus a nosso respeito, sem enganos e uma decisão da nossa liberdade, sem delongas. Tudo, com muito amor.

Esta meditação visa aperfeiçoar o nosso discernimento levando-nos à descoberta da nossa missão ou vocação, da “vida verdadeira”, sem enganos ou ciladas. Santo Inácio diz para imaginar, por um lado, o caudilho de todos os inimigos como se estivesse sentado numa grande cadeira de fogo e fumaça, naquele grande campo de Babilônia, em figura horrível e aterradora.

Considerar como convoca e espalha seus enviados por todas as cidades, não omitindo nenhum lugar, estado de vida ou pessoa em particular. Considerar também a alocução que lhes dirige incitando-os a lançar redes e cadeias enganosas, levando as pessoas a apreciarem, cada vez mais: ter bens, gozar da vida e busca do poder e, assim, caírem em grande soberba.

Por outro lado, bem ao contrário, imaginar Cristo Nosso Senhor, num grande campo daquela região de Jerusalém, em lugar humilde, belo e gracioso. Considerar como Jesus, Senhor do Mundo, escolhe tantas pessoas e as envia a todos os lugares e estados de vida. Considere, também, a alocução que lhes dirige: procurem ajudar a todos com simplicidade e desprendimento, ficando livres, humildes e abertos para a vida nova do Reino.

Esta meditação ajudará a perceber e discernir os apelos do Senhor e as mentiras do inimigo.

Perceber, pois, quando é Jesus e quando é o inimigo que está nos movendo e atraindo. Sentir-se bem com o jeito e as coisas do Senhor, para sermos recebidos entre os seus, vestir a sua camisa, viver sob sua bandeira.

Percebo Jesus me tocando e me chamando para viver com simplicidade e fraternalmente? Estou discernindo bem ou estou me enganando?

Textos para orar nesta semana:
  • Lc 4, 1-13: Tentações de Cristo...
  • Mt 13: Parábolas do Reino...
  • 1Cor 13: O mais importante é o amor...
  • Gl 5, 16-26: Duas formas diferentes de ser e viver...
  • Rm 8, 1-17: A vida no Espírito...
  • Ef 4, 17-32: Passar do homem velho para o homem novo...
  • Ef 5, 1-20: Sede imitadores de Deus...
  • Mt 5, 1-16: As bem-aventuranças...
Revendo a caminhada descubro que a vida interior consiste num encontro entre pessoas e propostas. Face ao meu "eu" limitado e egoísta, encontra-se o "Outro" que solicita minha adesão gratuita.

Finalize, pois, com um colóquio de amizade pedindo a Nossa Senhora, a Jesus e ao Pai que me conceda a graça de ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Apreciar as coisas e os acontecimentos como ele os aprecia. Perceber por onde anda o seu Espírito e ficar sempre ao seu lado, na simplicidade, no serviço e na humildade alegre. Despoja-me, ó Deus, de meu eu egoísta para ficar sempre pronto para acompanhar teu filho Jesus. Longe de mim um coração endurecido!

Segundo S. Inácio há três tempos para tomar decisões sérias aderindo ao Senhor e descartando o inimigo.

1º TEMPO: O primeiro tempo é aquele em que Deus Nosso Senhor move e atrai a vontade de tal modo que a pessoa espiritual segue o que lhe foi mostrado, sem duvidar nem poder duvidar. Assim o fizeram São Paulo e São Mateus, ao seguirem a Cristo Nosso Senhor (EE 175).

2º TEMPO: O segundo é aquele, em que se adquire muita clareza e conhecimento (de Deus Nosso Senhor movendo e atraindo a vontade e o inimigo perturbando a caminhada) através da experiência de consolações e desolações, bem como da experiência do discernimento dos vários espíritos (EE 176).

Se a decisão não se faz nem no 1º, nem no 2º tempo pratica-se o 3º tempo (EE 178,183,188).

3º TEMPO: O terceiro tempo é quando a alma não é agitada por vários espíritos e usa de suas potências naturais livre e tranquilamente, isto é pela razão iluminada pela fé. Feita a deliberação apresentar a decisão ao Senhor para que ele a aprove. (EE 183).

Qual é a sua decisão importante e significativa?



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