As mulheres no Sínodo da família...

Sagrada Família......

Uma pessoa amiga pediu-me para falar sobre o papel minúsculo das mulheres no Sínodo. Faço-o, com prazer, apresentando também minha opinião.

O Sínodo que agora finaliza (4 a 25/OUT) reflexionou sobre a vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. O curioso é que a maior parte dos participantes do Sínodo sobre a família eram homens celibatários.

A Igreja Católica carrega séculos de um machismo prepotente e excludente. Todos os que ocupam cargos de poder e de decisão na Igreja são homens. O Sínodo sobre a família não fugiu dessa velha tradição misógina. Embora houvesse 34 mulheres presentes nenhuma delas tinha direito a votar.

Contudo, as mulheres fazem parte da metade da humanidade, e são maioria nas nossas comunidades. Elas seguiram Jesus como discípulas amadas, e foram as primeiras beneficiárias da aparição do Senhor Ressuscitado. A elas foi encarregada uma grande missão: “Ide, dizei aos discípulos e a Pedro...”. Dizei à comunidade e ao chefe dela! Igualmente, entre os colaboradores de Paulo são nomeadas várias mulheres.

Na história da Igreja muitas mulheres foram testemunhas magníficas do seguimento de Jesus. Que seria da Igreja sem a sabedoria e coragem delas? Mas, pena que esse reconhecimento oficial, geralmente, é post mortem, após a morte delas...

Dos 270 participantes com direito à palavra e voto, não constava nenhuma mulher. É verdade que era o "Sínodo dos bispos"... Quem sabe um dia haja um "Sínodo da Igreja", onde as mulheres presentes tenham voz e voto. 

Um bispo canadense teve a coragem de propor o diaconato para as mulheres! O silêncio da Assembleia gelou e sepultou de vez essa proposta ousada.

Ainda precisamos dar passos longos para a mulher ocupar o seu lugar nas decisões oficiais da Igreja Católica. Isso já ocorre em âmbito paroquial e diocesano, mas falta chegar, todavia, ao Vaticano.

E você o que pensa sobre a mulher nos organismos eclesiásticos de poder e serviço?

4 comentários:

  1. Pe Rámon concordo plenamente com o senhor. A fé é dom concedido por Deus a todos e a TODAS. O seguimento de Jesus é convite para todos e para TODAS. O Espírito de Deus sopra em TODAS as direçoes, indistintamentes. Num tempo em que a Igreja carece de evangelizadores, de sacerdotes, a mulher deve estar incluída nesse serviço. Quantas delas, ao longo da História e nos dias atuais tem revelado o dom da Palavra, tem sido testemunhas vivas do amor de nosso Pai. Acho lamentável que nao tenha havido evoluçao nesse sentido. Abraço padre. Margareth

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  2. A Igreja ganharia muito se desse espaço e voz às mulheres nos organismos eclesiásticos. Fico a pensar: Qual era o papel das 34 mulheres presentes? Espero que não seja para, apenas, secretariar.
    Obrigada, Pe. Ramon, pelo texto que favorece muitas reflexões.

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  3. E foram fazer o que Sínodo? Lamentável o machismo e clericalismo que imperou e chegou até nossos dias como herança. Desta Igreja eu me envergonho! (S.S)

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  4. Pena que nossos pastores sejam homens pouco atentos às atitudes de Jesus às mulheres de seu tempo.
    A Igreja seria muito mais IGREJA, se optasse por mostrar o rosto feminino de Deus através da ação que as mulheres tem na construção na Igreja embrionária que é a família. Quem agrega é sempre a mulher em qualquer fam´lia e assim é também na Igreja...estão perdendo a nossa ação por puro preconceito e um machismo retardado...

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