Igreja do amanhã...

Ainda faltam três...
Embora a Relação final do Sínodo esteja calcada no Catecismo de 1992, e não tenha avançado em nada, eu continuo sonhando com a primavera da Igreja. 

Eis, pois, a Igreja que o Papa Francisco e eu compartilhamos, a pesar das resistências de alguns bispos e de muitos dos seus colaboradores:

1. Uma Igreja toda Sinodal, corresponsável, e não piramidal. Uma Igreja em forma poliédrica, com distintas formas, mas uma só fé. Acaba, pois, a uniformidade, e entra a enculturação e a diversidade. A hierarquia coordenará fraternalmente os possíveis desacordos.

2. A colegialidade dos bispos é fundamental. Uma Igreja em comunhão. O Papa é um “primus inter pares”, servindo a todos na Caridade. Acaba, pois, o modelo de senhor feudal que manda e desmanda nos seus súditos. A Igreja Católica não é uma seita, onde todos fazem o mesmo, mas abrange as diversidades de muitas culturas com carismas complementares. O modelo de monarquia absoluta surgiu no século XI.
  
3. Descentralização da Cúria Romana. O exercício do Papado deverá ser bem diferente. Passará de uma Cúria centralizadora, uniformizante e politiqueira para instâncias de ajuda fraterna e de comunhão. Voltaria a "pentarquia" da Igreja do primeiro milênio, com seus cinco patriarcados em comunhão (Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém). Comunhão mútua e, evidentemente, com o bispo de Roma.

4. Autoridade como serviço. Todos a serviço, povo de Deus e hierarquia, pois todos recebemos o mesmo batismo. Igreja misericordiosa, onde ninguém é excluído por questões de classe social, raça ou gênero. 

5. Para que isso aconteça, disse o Papa Francisco, precisamos nos acolher e escutar, com ternura e misericórdia. A Igreja de Jesus é samaritana, parecida mais com um 'hospital de campanha' do que com um palácio renascentista.

Tudo isso o Concílio Vaticano II sonhou e agora o Papa Francisco quer implementar.

Os primeiros passos, espero, começarão a ser dados...

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7 comentários:

  1. A montanha rugiu, tremeu e estremeceu, e quando todos esperavam que dela brotasse ouro, ela pariu um rato... A Igreja esperava muito mais do Sínodo!

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  2. Querido, saiba que também sonho por este florecer da igreja servidora e acolhedora.

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  3. Uma Igreja atenta aos sinais dos tempos, às dores e angústias da pessoa contemporânea, que ilumine o caminho dos fiéis em seus problemas reais e não uma Igreja que proclame soluções a questões que ninguém tem mais.

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  4. Caminhemos sem pressa, o mais difícil é mudar os fundamentos, acho que os apontamentos do texto indicam que isso está sendo feito. Os frutos virão! (T. R)

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  5. "Eis, pois, a Igreja que o Papa Francisco e eu compartilhamos, a pesar das resistências de alguns bispos e de muitos dos seus colaboradores:" Falou tudo. Eis verdade. Isso é a Igreja que O SENHOR QUER, não a Igreja que Deus quer. Prove que o vaticano quis isso.

    José Miguel

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  6. Na boa, há tantos que querem "mudar os fundamentos", mudar a doutrina, rejeitar o Catecismo, etc.
    Não seria tudo mais fácil se essas mesmas pessoas fundassem uma nova religião, uma nova Igreja?
    Ou melhor, aceitar, por exemplo, o anglicanismo que está do jeito que essas mesmas pessoas desejam para a Igreja Católica.
    Aliás, a Igreja Católica tem sua fé, sua moral, sua doutrina de séculos, Tradição, Magistério e quem discordar já não é mais fácil deixar o catolicismo de lado, ninguém é obrigado a seguir. Para que tanta insistência?

    Repito, não seria tudo mais fácil se essas pessoas fundassem uma nova Igreja?

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  7. Comentario por Luciano Vasquez 25.10.15 | 19:52
    Caro Ramon, apesar do pretenso insucesso do sinodo no meu ponto de vista tivemos em reaidade um sucesso pois após dois pontificados como do João Paulo II e Benedictus XVI um papa do fim do mundo mostrou que o rei esta nu. Nossa igreja ainda não é mas caminha, de modo acelelarado, para a Igreja que almejamos; não há dúvida de que retirar o ranço feudal da igreja; retirar a posição autoritária dos nossos prelados; transformar em realidade o sentido de serviço é uma obra que talvez não possamos modificar em pouco tempo mas só o fato de vários assuntos até então aceitos por todos como a "excomunhão" dos casais em segunda união; Igreja sinodal e verdadeiramente a serviço da humanidade. Papa Francisco tem dados belos exemplos mas todos nós sabíamos da resistências dos setores dito conservadores que não querem abandonar seus tronos de principes imperiais pela mangedoura do Cristo.
    Um forte abraço do Luciano Vasquez

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