O Sinédrio, cheio de raiva, rangia os dentes...




O Sínodo sobre a família chega ao seu fim. O início das discussões foi lamentável: Os donos da palavra e dos rumos da Igreja, além de agredir com seus discursos intermináveis, fizeram grupos de pressão. Eram os novos cruzados: Salvemos a Santa Igreja! Só as roupas cardinalícias igualavam todos. 

Eis como se expressava um deles sobre a possibilidade de que o Sínodo aconselhasse às Conferências Nacionais ou Continentais de bispos para assumir caminhos próprios no referente à comunhão aos católicos recasados, homossexuais ou outros assuntos: Isto é contrario à fé católica! (só ele que define a fé católica?). A Igreja segue os ensinamentos de N. S. Jesus Cristo, tal como o ensina a Lei Natural e a tradição da Igreja... (Eminência, os fariseus e também os hereges defendiam suas tradições radicalmente!). Senhores, a doutrina muda, o que não muda é a fé!

Contudo, caminhamos para um estilo de Igreja Sinodal (syn-odos= caminhar juntos!), descentralizada e em comunhão. É mais fácil dar receitas para os outros do que vivê-las para si. Este Sínodo não foi nada fácil. A liberdade de pensamento e de expressão intranquilizou os mais tradicionalistas. Logo se percebeu uma polarização de pensamentos, e até uma carta intempestiva ao Papa apareceu nos jornais. Carta assinada por 13 cardeais ultraconservadores, que depois ficaram em 7, pois os outros retiraram suas assinaturas ao perceber que o conteúdo tinha sido mudado... E eu me pergunto: Como uma carta pessoal ao Papa vira pública? É outro Vatileaks?  

No segundo dia do Sínodo a reunião fraterna parecia mais com as desconfianças de grupos políticos contrários. O importante era boicotar o método e os conteúdos propostos. Foi então que o Papa pediu: por favor, senhores, abandonem a hermenêutica do complô... Pareciam escribas furiosos preocupados mais com a letra da Lei (“a doutrina não muda!”) do que com o amor fraterno e apostólico.

Se há liberdade de expressão por que intrigas e pressão às escondidas? Mentiras, fofocas, suspeitas, rumores, exageros, ironias, insinuações, etc. fazem parte do armamento dos que querem derrubar covardemente os outros.  

E aquele documento antecipado em duas semanas ao Sínodo, o Motu Proprio sobre a anulação dos matrimônios, facilitando despesas e rapidez nos processos, não vislumbrava a perda de tempo em possíveis discussões intermináveis?

Em quanto o Sinédrio rangia os dentes, a Igreja sentia-se livre, viva e feliz seguindo seu Senhor Jesus...

6 comentários:

  1. Meu querido, amigo...

    Como rezo por isto: "Igreja sentia-se livre, viva e feliz seguindo seu Senhor Jesus..."

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  2. Caramba padre. Quantas inverdades. O senhor precisa se ater melhor aos fatos e a doutrina (que não muda). O senhor precisa parar com essa sua mania de querer mudar coisas imutáveis e de chamar os católicos verdadeiros de fariseus. É feio mentir.
    O senhor precisa estudar mais. Rezar mais, ser mais humilde e ser mais claro no que diz. Não adianta ofender aqueles que defendem aquilo que a Igreja sempre ensinou, as pessoas ortodoxas.

    A Igreja não pode dizer uma coisa é depois dizer: calma aí gente, tudo bem que vocês morrem por tal doutrina, mas não liga não. O mundo mudou! Vocês, são João, são Tomás Moras, são João Fischer e tantos outros não precisam mais morrer por aquilo que morreram.
    Apesar de seu descompasso para com a sagrada tradição, eu ainda rezo para o senhor, pois sei que é inteligente, piedoso e honesto. Só caiu em erros por um azar do destino, foi seduzido pelo falso espírito do concílio

    Heitor

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    1. Prezado Heitor, rezo por você e por todos aqueles que são tão infantis na fé. A maneira mais rápida de negar o essencial (neste caso a verdade do Evangelho) é tornar o acidental algo rigido, imutável. Se você quer preservar o essencial é necessário mudar o acidental. Se fizermos da doutrina algo imutável, estaremos tornando o Evangelho uma realidade acidental. A tradição é uma grande riqueza na Igreja. O magistério também. No entanto, o Evangelho, Palavra viva, palavra de vida, é maior que os dois juntos. Quem se apega à doutrina de forma tão ferrenha como você faz, nos leva a acreditar que tem medo de amar, medo de viver a misericordia evangélica, medo de amadurecer na fé, precisando de bengalas, pois nao sabe caminhar pelas próprias pernas. Cresça irmão! Assuma sua fé com a alegria própria daqueles que se sentem amados por Deus e, por isso mesmo amam sem medida, amam principalmente aques que carregam sobre seus ombros os pesados fardos colocados pelos que ainda nao experimentaram o amor e a misericordia. Seja feliz. Deixa os outros também serem felizes.

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  3. Também rezo por uma Igreja livre, feliz e seguindo Jesus Cristo que comia entre pecadores e os acolhia em sua misericórdia. Rezo por uma Igreja que realmente acolha sem ter somente a preocupação exagerada no pecado. Mais misericordia!!! Mais amor fraterno, mais caminhada com o povo.

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  4. Não sei se é o Sinédrio ou nós que rangemos os dentes de raiva, diante do resultado do Sínodo... KKK

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  5. Padre, o senhor poderia escrever um texto sobre o Vaticano II e as questões que dividem os católicos hoje!
    Pode ser?

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