Masturbação...


Escrevo sobre a masturbação a pedido de alguns, já que mitos e tabus envolvem ainda o tema. O que dizer?

O autoerotismo faz parte de todas as culturas de todos os tempos e é praticado por homens e mulheres, jovens e adultos, apesar do peso negativo que algumas religiões lhe impuseram.  

A moral tradicional católica considera a prática masturbatória um vício e os seus praticantes, pecadores empedernidos. Curioso: O prazer sexual sempre foi mal visto pela normativa da moral tradicional, mas não pelos seus praticantes. Este modo absoluto de condenar alguns atos distanciou inúmeras pessoas da prática religiosa.  

Fique claro: Jesus não exclui ninguém do seu amor. Como uma ejaculação de segundos pode ser mais significativa do que toda uma vida orientada para Deus e os outros? A exclusão certamente é pior do que a própria masturbação.

A velha moral dos atos deu lugar à moral da pessoa e a de suas intenções. O que dá sentido moral a uma vida é sua opção fundamental, e esta pode ser egoísta (voltada para si) ou altruísta (voltada para os outros). Na opção fundamental altruísta a masturbação não é significativa, embora seja um ato imperfeito e que tem a ver mais com o campo da psicologia do que com o da moral. Não somos deuses, mas pessoas limitadas que vivemos com alegria o dom da fé em Jesus Ressuscitado. O que não ofende a ninguém, também não ofende a Deus. 

Só a pessoa compulsiva sexualmente poderá precisar da ajuda de um terapeuta. 

Resumindo: Não façamos tempestades em copos de água!

E você, o que acha deste assunto?

17 comentários:

  1. La masturbación es pecado por muchas razon. SI uno deja la puerta abierta de la masturbación al demonio, el intentará penetrar en esa alma generandole una dependencia como una droga o narcótico. Aprovechará para infundir pensamientos, ideas impuras que pueden provocar actos impuros más graves Toda ese tiempo dedicado a su vicio no le dejará tener tiempo para realizar otras acciones como la oración (especialmente antes de dormir), tiempo para los demás (se encierra en sí), por lo que los actos que sólamente busquen nuestra propia satisfacción nos alejan de Dios.

    No es facil controlarlo, pero en la medida que dejamos lo carnal para centrarnos en lo espiritual nos santificamos y el vicio de la masturbación no permite evolucionar a nuestra alma.

    Espero poder ayudarle (y hablo de mi experiencia antes y después) Javier

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  2. Totalmente de acordo com o autor do artigo...

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  3. Seria mas altruista compartir el placer con otras personas...

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  4. Olá Pe. Ramon!
    Sempre leio seus artigos postados no seu blog e os aprecio bastante e muitos deles são estimulantes para minha busca de Deus através da espiritualidade inaciana, pelo que agradeço a generosa colaboração!
    Li este último artigo sobre masturbação e em parte concordo contigo ao dizer que não se deve condenar quem comete tal ato sem antes analisar sua vida e acontecimentos que a levam a buscar esta prática, porém discordo do ar de naturalidade com o qual falas da masturbação, criando deixas para tal prática... Não digo isto por defender legalismos católicos, mas porque luto quase que diariamente contra este vício, tão nocivo quanto qualquer outro tipo de droga... Nos vicia no primeiro dia...
    Padre, te confesso que desejaria não ter nunca conhecido e começado esta prática, pois ao invés de nos causar prazer, vai nos definhando, nos egoismando, nos escravizando...
    Gostaria de manifestar minha opinião, longe de ser uma condenação é antes um alerta que faço, isso por experimentar em minha própria pele.
    Me abençoe! Abraço! (R.)

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    1. Caro(a) amigo(a),
      Sou psicólogo, além de cristão, e creio que posso lhe ajudar...
      A masturbação é muito mais comum do que nós imaginamos, principalmente entre os homens - sobretudo na adolescência, quando os hormônios estão à flor da pele. Pesquisas apontam que boa parte das pessoas (talvez a maioria) se masturbam, e não é por isso que têm algum problema.
      Hoje se sabe que o organismo masculino é programado para a produção frequente de espermatozóides, e quando o homem passa algum tempo sem relações sexuais aumenta a vontade de se masturbar, para a renovação dos gametas. Se não há masturbação, o sêmem sai através da polução noturna, o que pode causar constrangimentos dependendo de onde a pessoa está dormindo...
      Pelo que eu saiba, não há passagens bíblicas condenando diretamente a masturbação. A condenação veio depois, com a doutrina medieval de influências platônicas... O que Jesus disse é que "lançar para uma mulher olhar de cobiça" é pecado (Mt 5,28). E o olhar de cobiça, impuro, é diferente de simples atração - veja, por exemplo o livro do Cântico dos Cânticos, que fala do desejo sexual com linguagem poética e até espiritual. Ou seja, não dá pra se dizer que o simples ato de se masturbar implica em cobiça, em um pensamento pecaminoso. Há mesmo aqueles que se masturbam sem pensar em alguma mulher. Fazem-no como ato puramente fisiológico.
      A masturbação gera prazer e, como todo ato prazeroso, pode sim gerar vício - assim como há pessoas viciadas em comer ou mesmo em sexo. Mas não é um vício automático, químico, como o das drogas. O efeito da masturbação no cérebro é bastante diferente do das drogas viciantes. A pessoa que usa cigarro ou crack diariamente com certeza vai se viciar; já a pessoa que come ou faz sexo todos os dias não necessariamente se torna compulsivo. Ou seja, é um vício que depende mais das condições psicológicas da pessoa do que do ato em si.
      Se este é o seu caso, amigo(a), aconselho que procure ajuda com um psicoterapeuta, ou um conselheiro espiritual de confiança. Pode haver várias coisas que estejam interferindo, e é interessante verificar isso... Não tenha vergonha de expor suas questões, pois só assim é possível chegar à paz que tanto almeja!
      Grande abraço!!

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  5. Querido Pe. Ramon,

    Li seu artigo sobre Masturbação e sou levada a concordar que um tema quanto mais negado e escondido se torna, mais mal ele faz. Traze-lo a tona só ajuda a diminuir o monstro interior que mata e afasta,

    Todos, sem exceção, desejam amar e serem amados. Em determinado ponto amar foi vinculado ao prazer físico ou necessidade fisiológica, como se esta necessidade fosse maior que qualquer vontade humana. Isto causa dor, pertubação, exclusão. Aqui está a beleza de nossa Igreja: dar a conhecer o tamanho, a grandeza do Amor. Não se tira e não se pune um mal enquanto seu portador não está pronto para fazer a quimioterapia do Amor. Amar e ser amado este é o grito silencioso por trás da masturbação solitária.

    Ao termino do gozo resta tão somente um vazio solitário que mata silenciosamente. É um ato centrado em si, que não se expande e nem se completa no outro. Empobrece e apequena a pessoa fazendo-a mais triste, justamente ao contrário do que a pessoa busca: amar e ser amada.

    Não julgamos e não matamos mas tão somente damos a mão para fazer o caminho de retorno ao amor, ao verdadeiro amor. Concordo que não deve existe ar de naturalidade no tema, mas sim de compreensão verdadeira, sem julgamento de valores. Somos humanos, tão somente humanos. Aqui me faz recordar quando meditava o pecado de Adão e Eva e como consequência eles não podiam mais viver no ambiente que requer total pureza interior. Deus os envia para outro lugar, mas não sem antes amorosamente colocar uma pequena vestimenta... isto é Amor. E o outro lugar a que foram enviados tem o caminho do retorno... basta dar o primeiro passo.
    Com afeto
    Regina

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  6. Fico feliz ao saber que a abertura a este assunto se envereda pelos caminhos tão desejosos que nosso Papa está tentando pregar: olhemos e cuidemos do pecado e não julguemos o pecador. Tudo o que inibe nossa condição humana nos afasta de Deus! (S.M)

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  7. Extremamente significativo seu texto pelo tabu que ronda esse tema.Ao ler os comentários acima percebo o quanto relacionam moral com atos e o quanto tantos travam batalhas dolorosas pela formação que receberam. " O que dá sentido moral a uma vida é sua opção fundamental". Parabéns pela lucidez.

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  8. Gostei da forma como abordou um tema que incomoda os moralistas de plantão e ajudará em especial a nossa juventude que além da oscilação hormonal tem que ouvir tanta ladainha. Pode ter certeza que contribuiu para diminuir à fila da confissão. Volte ao tema se possível, pode se explorar mais aspectos. Parabéns! (S.S)

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  9. A Igreja ensina que esta prática é um ato desordenado. Embora defendida por muitos como “algo normal”, ela ensina que não:
    “Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (Catecismo da Igreja Católica, §2352).

    Para lutar contra a masturbação é preciso se tomar várias atitudes:

    1 – Tenha calma diante do problema.
    2 – Corte todos os estimulantes do vício.
    3 – Faça um bom uso de suas horas de folga.
    4 – Não desanime nem se desespere nunca.
    5 – Alimente a sua alma com a oração, a Palavra de Deus e os Sacramentos da Igreja.

    Deus os abençoe.

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    1. Candidato ao Neuróticos Anônimos... rsss

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    2. Concordo com este irmão que se valeu do Catecismo para mostrar a verdade oficial da Igreja sobre o assunto.

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  10. Parabéns pelo tema e o modo de tratá-lo... (Pe. M.M)

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  11. O texto lança mais dúvidas do que esclarecimentos....! A condenação do ato (pecado) nunca será boa em tempo algum: seja no princípio, na era medieval ou nos dias atuais (tão "sexualizado")! A amenização pura sobre o tema mais atrapalha que ajuda quando não lança luzes verdadeiras sobre o início de tudo. A busca da psicologia ou terapia não é tão simples para pelo menos 90% dos que vivem a prática, principalmente quando está enraizada há anos na psique desta pessoa. Vale a discussão e as opiniões seguintes, mesmo que não concordemos, mas nunca lançarmos um texto tão simples e pessoal, para algo tão profundo! Abraços.

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  12. Eu acho que o Senhor precisa se converter e ler mais o Catecismo da Igreja Católica (CIC 2352) ;)

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  13. Muito bom o texto! Nos leva a uma Moral cristã na situação, e não uma moral cristã punitiva.A sexualidade-afetividade é um tema complicado no meio religioso, chegando a ser um tabu e tratado como algo que não existe. Creio que é uma dimensão(e sagrada) do ser humano que deve ser tratado com coerência e a luz do amor de Deus.

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  14. Olá, Pe. Ramón! Há algum tempo acompanho as suas publicações e inclusive já estive em um retiro na Vila Kostka. Gosto muito das seus textos sobre a espiritualidade inaciana e até recomendo-os há algumas pessoas. Contudo, observo que o senhor tem aversão pela doutrina tradicional da Igreja. Aconselho-o a rever essa sua posição pois não condiz com a sua missão de Sacerdote, contradiz o Magistério Ordinário e Extraordinário, o Concílio Vaticano II (basta ler os documentos),a Tradição apostólica (não confundir com tradições que podem ser mudadas), o Papa Francisco (sim, o papa!) e ainda causa confusão e repulsa dos fiéis à própria Igreja. Além disso, contribui para o decadência do Ocidente, materialista, individualista, hedonista, naturalista, secularizado e arreligioso. Contribui a um laxismo e até indiferença. Contribui a uma visão equivocada de liberdade humana. Enfim, padre, são estas as minhas ponderações. Espero e creio que o senhor em algum momento irá rever esse seu relacionamento com a Igreja.

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