O atentado brutal à
boate gay em Orlando, com dezenas de mortos e feridos, gerou um intenso clamor
contra o ódio aos LGBT. Dentre as vozes deste clamor, está a do papa
Francisco pedindo que as causas dessa violência terrível sejam combatidas de
forma eficaz e o mais rápido possível. E
ele chegou a dizer que a própria igreja deve pedir desculpas aos gays que tenha
ofendido.
Na contramão deste clamor, estão alguns cristãos extremistas que festejaram publicamente o atentado de Orlando.
Eles têm como lema: “Deus odeia os veados”.
Para estes fanáticos, ainda que o autor do atentado seja muçulmano, é um anjo
exterminador enviado pelo Senhor.
Este mesmo ódio fez mais uma vítima semana passada. A travesti Viviany
Beleboni, conhecida pela sua crucifixão na parada LGBT de 2015, foi espancada
por cinco homens em São Paulo. Em meio a chutes e ofensas, eles diziam que ela
é um demônio, que essa raça deve morrer, e citavam trechos da Bíblia,
especialmente da Carta aos Romanos e do Livro do Levítico.
Infelizmente,
muitas vezes se fazem citações descontextualizadas da Bíblia com impetuosa
homofobia ou transfobia. É o que os norte-americanos chamam de as “balas
bíblicas”. Com elas, cristãos radicais “atiram” na diversidade sexual,
enxergando endemoninhados a serem exorcizados ou doentes a encaminhar à oração
de “cura e libertação”, para mudarem a sua condição ou identidade.
Desta forma, o anúncio do Evangelho não cura feridas e nem aquece o
coração, mas traz mais devastação. A
palavra do Deus da vida se torna palavra de morte. Não basta crer em Jesus
Cristo, pois há formas perversas de se crer n’Ele. A crença só é sadia se
manifesta na forma amorosa de Deus e Sua ação para o bem do ser humano e da
criação.
As palavras e as
ideias têm um grande poder: podem destruir vidas se inspiram ou legitimam
ações nefastas; e podem salvá-las, se comunicam o amor e libertam da
ignorância, do fanatismo e da violência.
E você o que acha dessa homofobia?
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