30 DTC: UM CORAÇÃO CHEIO DE DEUS E DE NOMES... (cf. Pe. A. Palaoro SJ)

 Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo...

Jesus, no seu ministério em favor da vida, se depara com inúmeras perguntas; muitas delas escondiam uma pretensão de colocá-lo à prova e desmoralizá-lo diante dos outros. Desta vez aparece uma pergunta fundamental: Qual é o primeiro de todos os mandamentos da Lei?
Ele disse: Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento.
Amar a Deus sem medo, sem ter que esconder nossas fragilidades. Isso significa que não precisamos ser perfeitos para amá-lo com todas as nossas forças.

O principal é o amor a Deus, mas ele não é verdadeiro se não ama ao próximo. O mandamento do amor ao próximo é de igual valor e de igual importância que o mandamento do amor a Deus.

Além disso, Jesus simplificou as coisas, porque frente aos 248 preceitos e as 365 proibições reduziu tudo a dois. E com isso era suficiente: “ama a Deus e ama o teu próximo”. Com estes dois mandamentos todas as demais normas e leis são secundárias.

Nós, certamente, não temos a pretensão de tentar e nem de colocar Jesus à prova. Nós temos uma infinidade de leis, a maioria inúteis e sem sentido. Basta olhar o Código de Direito Canônico e nos encontramos com 1752 leis e vários Apêndices; cada Diocese e paróquia tem suas normas e leis; e se levarmos em consideração o Código Civil, o Código Penal e demais códigos...
Jesus é muito mais simples e direto; para Ele dois mandamentos são suficientes.

Temos medo de lhe perguntar sobre o amor ao próximo: “como a nós mesmos?”.

Amar a Deus e ao próximo. Se falta um deles, nossa fé não caminha.

O coração que não ama é um coração vazio de Deus e dos seres humanos.

“No final do meu caminho me dirão: - E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada, abrirei o coração cheio de nomes” (D. Pedro Casaldáliga).

Coração cheio de nomes. Isso será um bom sinal de que vivemos e amamos. Quando amamos, escrevemos o nome das pessoas em nosso coração.

Quando quero saber se de verdade amo a Deus, olho se levo seu Nome em meu coração. Quando quero saber se de verdade amor o meu próximo, me pergunto quantos nomes carrego escritos no coração. Quando quero saber a quantos não amo, olho o meu coração e vejo quantos nomes apaguei ou quantos nunca escrevi...

Ser seguidor(a) de Jesus é encher o coração de nomes, muitos deles nunca temos escutado e até é possível que nem saibamos pronunciá-los. 

Esta é a razão pela qual o “segundo mandamento” – “amarás o teu próximo como a ti mesmo” – é “semelhante ao primeiro”. Não amamos por imposição, mas porque somos amor.
No amor, nada é obrigação, tudo é dom!

O amor unifica tudo a partir do mais profundo. Ele dá unidade a toda a nossa atividade, por mais dispersa que ela possa parecer. O amor é a força que pode dinamizar e unificar nossa existência. Podemos fazer muitas coisas, comprometer-nos com mil atividades, todos os dias; no entanto, o mais importante é fazê-lo sempre da mesma maneira: com amor.

O amor estimula o que há de melhor em nós. O amor cura e salva.


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