Jesus, no seu ministério em favor da vida, se depara com inúmeras perguntas; muitas delas escondiam uma pretensão de colocá-lo à prova e desmoralizá-lo diante dos outros. Desta vez aparece uma pergunta fundamental: Qual é o primeiro de todos os mandamentos da Lei?
Ele
disse: Amarás
o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as
tuas forças e com todo o teu entendimento.
Amar a Deus sem medo, sem ter que
esconder nossas fragilidades. Isso significa que não precisamos ser perfeitos para
amá-lo com todas as nossas forças.
O principal é o amor a Deus, mas ele não é
verdadeiro se não ama ao próximo. O
mandamento do amor ao próximo é de igual valor e de igual importância que o
mandamento do amor a Deus.
Além disso, Jesus simplificou as coisas,
porque frente aos 248 preceitos e as 365 proibições reduziu tudo a dois. E com
isso era suficiente: “ama a Deus e ama o teu próximo”. Com
estes dois mandamentos todas as demais normas e leis são secundárias.
Nós,
certamente, não temos a pretensão de tentar e nem de colocar Jesus à prova. Nós temos uma infinidade de leis, a maioria
inúteis e sem sentido. Basta olhar o Código de Direito Canônico e nos
encontramos com 1752 leis e vários Apêndices; cada Diocese e paróquia tem suas
normas e leis; e se levarmos em consideração o Código Civil, o Código Penal e
demais códigos...
Jesus é muito mais
simples e direto; para Ele dois mandamentos são suficientes.
Temos medo de lhe perguntar sobre o amor ao próximo: “como a nós mesmos?”.
Amar a Deus e ao próximo. Se falta um deles, nossa fé não caminha.
O coração que não ama é um coração
vazio de Deus e dos seres humanos.
“No
final do meu caminho me dirão: - E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada,
abrirei o coração cheio de nomes” (D. Pedro Casaldáliga).
Coração cheio de nomes. Isso será um bom sinal de que vivemos e amamos. Quando
amamos, escrevemos o nome das
pessoas em nosso coração.
Quando
quero saber se de verdade amo a Deus, olho se levo seu Nome em meu coração. Quando quero saber
se de verdade amor o meu próximo, me pergunto quantos nomes carrego escritos no coração. Quando quero saber a quantos
não amo, olho o meu coração e vejo quantos nomes apaguei ou quantos nunca
escrevi...
Ser
seguidor(a) de Jesus é encher o coração de nomes, muitos deles nunca
temos escutado e até é possível que nem saibamos pronunciá-los.
Esta
é a razão pela qual o “segundo mandamento” – “amarás
o teu próximo como a ti mesmo” – é
“semelhante ao primeiro”. Não amamos por imposição, mas porque somos
amor.
No amor, nada é obrigação, tudo é dom!
O amor
unifica tudo a partir do mais profundo. Ele dá unidade a toda a nossa atividade,
por mais dispersa que ela possa parecer. O amor é a força que pode dinamizar e
unificar nossa existência. Podemos fazer muitas coisas, comprometer-nos com mil
atividades, todos os dias; no entanto, o mais importante é fazê-lo sempre da
mesma maneira: com amor.
O
amor estimula o que há de melhor em nós. O
amor cura e salva.
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