O conservadorismo católico... (cf. J. A. Alves)

O ódio à Teologia da Libertação é comum aos grupos extremamente conservadores que  admiram o cardeal Burke (foto). 

Recentes episódios chamaram a atenção para um tipo de catolicismo que parecia dormitar. Primeiro: tentativa de execrar publicamente um frade franciscano por celebrar uma missa em memória de D. Marisa Letícia da Silva (esposa de Lula). Segundo: cruzada difamatória contra a CNBB e a Campanha da Fraternidade acusadas de apoiar entidades comunistas e abortistas. Terceiro: o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, nomes banidos na comunidade cristã.
Poderíamos mencionar outros casos em que reações muito parecidas ocorreram. Segmentos mais conservadores do catolicismo “saíram do armário” e empunharam técnicas de protesto da esquerda radical. Elementos comuns? Agressividade de pequenos grupos e lideranças que se dizem católicas, distorcendo fatos públicos com ataques agressivos a pastores nos templos ou reuniões de pastoral. Reprodução das “fake news” sem checar suas fontes nem respeitar os princípios básicos da educação ou da piedade cristã, propagando ódio, calúnias e inverdades.
Nestes fatos, a Arquidiocese do Rio de Janeiro/RJ e Londrina/PR surgem como lugares das manifestações mais ácidas. 
E como reagiu o clero? A maioria manteve um silêncio condescendente ou até de apoio verbal aos extremistas. Isso permite que tais mensagens de ódio e intolerância se convertam em instrumentos de cooptação de possíveis agentes de pastorais (como catequistas, músicos e membros da pastoral familiar) em funções de liderança em nível local e diocesano. 
Mas o que significa esse fenômeno? Quem compõe essa onda ultra conservadora? O fundamentalismo católico ganha espaço, e faz muito barulho pelos protestos inesperados nas igrejas, ou mesmo na internet. Não são um bloco homogêneo nem numeroso, mas variados, irmanados por percepções extremistas da realidade. Eles agem com elevado grau de intolerância, a ponto de se tornarem comparáveis aos xiitas muçulmanos ou talibãs afegãos.
Possuem uma compreensão tosca e anacrônica de nossa conjuntura política ou da moral cristã. Repetem slogans que nem eles mesmos sabem justificar. Odeiam a Teologia da Libertação, e movimentos que se aproximam dessa perspectiva pastoral, assumindo posições político-religiosas que remontam ao pré Vaticano II. Em muitos aspectos se parecem com as igrejas evangélicas pentecostais, promovendo um cristianismo intimista, e que insistem no caráter mágico do sagrado. Defendem uma espiritualidade centralizada no louvor desconectada da realidade. Valorizam o terço, a adoração ao Santíssimo, a devoção mariana e a aparente obediência ao Papa.
Completam esse bloco grupos e movimentos religiosos tradicionalistas e que todos conhecemos. 
Em tempo. Um padre da nossa comunidade jesuíta foi interrompido na sua homilia por um senhor que `pontificava´, acusando-o de querer `revolucionar´ a Igreja... 


5 comentários:

  1. Por outro lado, existe uma instrumentalização muito acentuada e muito clara da Igreja no Brasil para fins políticos, o que torna no mínimo legítima a indignação de muitos católicos. Um exemplo disso é quando um bispo emérito (com vestes litúrgicas) declara apoio publicamente a um político (condenado em segunda instância) ao lado de outras lideranças partidárias. Isso é só mais um exemplo. Tudo isso em nome do "Reino".

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  2. Cardenal Blázquez: la Iglesia en España sufre una indigencia básica de vocaciones al sacerdocio
    El cardenal Bláquez, azobispo de Valladolid y presidente de la Coferencia Episcopal Española, ha constatado y lamentado la grave crisis de vocaciones al sacerdocio que sufre la Iglesia en España desde hace mucho tiempo.

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  3. A igreja é o lugar do encontro com Deus e com os outros, lá nós partilhamos o que há de mais sagrado, Jesus se une a nós para sermos revolucionários do amor, logo não se pode falar em conservadorismo quando se trata do ato litúrgico, até porque se formos tratar de intimismo, a igreja que não conserva a dignidade eucarística de tantos santos defensores da fé estará perdendo espaço para atos ultra-políticos de interesses de uma minoria. O que a igreja verdadeira quer, é adorar a Deus em espirito e em verdade para encarar o mundo onde nenhum político está representando os interesses da igreja, que são os mesmos interesses de Jesus para nós.

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  4. Teologia da libertação é heresia.

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  5. A teologia da libertação é uma heresia condenada, na qual os senhores insistem, por razões ideológicas, sob as vestes de espiritualidade. O orgulho dos senhores os leva à cegueira. Não é coincidência que suas casas de formação estão vazias e as ordens religiosas envelhecidas.

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