18/JUL: Pe. Antônio Vieira SJ (1608-1697)...



Após a vida de José de Anchieta (1534-1597), surge nas terras brasileiras outra figura ímpar: O Padre Antônio Vieira (1608-1697), uma das pessoas mais influentes desse século, em termos de política e oratória. Defendeu incansavelmente o direito dos povos indígenas combatendo sua escravidão. E era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Pai).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e mesmo a abolição da escravatura dos africanos. 
Nascido em Lisboa, Antônio foi o primogénito de quatro filhos; sua mãe era filha de uma mulata africana. O pai mudou-se para o Brasil em 1614, para assumir o cargo de escrivão em Salvador/BA, e mandou vir a família cinco anos depois.
António Vieira iniciou os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas de Salvador, onde se destacou como brilhante aluno. Mas, foi a partir de um "estalo" na cabeça contemplando uma imagem de N. Senhora, que passou a entender tudo com facilidade e a guardar o que lia na memória.  Ingressou na Companhia de Jesus em 1623. No ano seguinte foi a 1ª invasão  holandesa de Salvador. Foi ordenado de presbítero aos 28 anos de idade.
Em 1653, proferiu o famoso "Sermão da Primeira Dominga de Quaresma", em São Luís do Maranhão, tentando convencer os senhores da terra a libertarem seus escravos indígenas. Vieira  exerceu no Norte do Brasil papel idêntico ao dos primeiros jesuítas no Centro e no Sul do país. 
Em 1654, pouco depois de Vieira proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes", em São Luís/Maranhão, viajou para Lisboa, a bordo de um navio carregado de açúcar, pois queria defender junto ao rei, os direitos dos indígenas. Após dois meses de viagem, já à vista dos Açores, abateu-se sobre a embarcação uma violenta tempestade, fazendo-a adernar a estibordo (lado direito da embarcação), ficando à deriva, até ser assaltados e resgatados por piratas. O padre concedeu a todos absolvição geral. 
Vieira foi condenado por um conjunto de manuscritos “sebastianistas”: "Quinto Império"; "História do Futuro" e "Chave dos Profetas" ficando em prisão domiciliar, por quase 2 anos, no Colégio dos jesuítas, em Coimbra. 
Em 1669, o incansável Vieira mudou-se para Roma, onde ficou por 6 anos. Quis defender a canonização dos "Quarenta Mártires Jesuítas" (1570), que só foram beatificados 200 anos depois, mas também aproveitou para ser reabilitado e combater a Inquisição Portuguesa..
A mesma extraordinária capacidade de oratória que seduziu, primeiro, o Governo geral do Brasil, e depois a corte de Dom João IV, em Portugal, se repetiu em Roma, garantindo-lhe a anulação das suas penas e condenações.
Regressou a Lisboa seguro de não ser mais importunado pela Inquisição, mas quando aconteceu uma outra expulsão de judeus, , em 1671, Vieira novamente e ardorosamente os defendeu
Em 1681, retornou à Bahia, alegando questões de saúde. Ele chegou a ver publicado os seus Sermões,  e também diversas cartas. 
Vieira, já velho e doente, viveu o mistério da vida oculta de Nazaré, ficando sem escrever nem falar por dois anos... 
Por fim, morreu o grande missionário em Salvador, 18/JUL/1697; contava então 89 anos de idade...

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