5. ESPIRITUALIDADE GAY...



A pessoa gay tem os mesmos recursos, para conduzir sua vida cristã do que qualquer outra pessoa. Três níveis devem ser contemplados: 1º O nível real ou existencial (carnal ou gratuito?); 2º O nível espiritual (sozinho ou em comunidade?); 3º O nível da ajuda ou missão (comprometido ou perdido?). Não podemos usar as Escrituras Sagradas para justificar a homofobia ou a discriminação social ou racial. 

Estudo recentes afirmam que a Bíblia diz muito pouco sobre a homossexualidade, e não está claro que condene o relacionamento monogâmico gay. O sexo manipulador é condenado como qualquer outro tipo de exploração. A Bíblia está sendo mal-usada, quando marginaliza e humilha pessoas gays. A discriminação é sempre um erro. E os homossexuais não são menos amados por Deus do que os heterossexuais. O fundamentalismo bíblico é perigoso, e não é válido conseguir repostas na Bíblia para perguntas que ela não se fazia.

A Bíblia não fornece nenhuma base real para a condenação da homossexualidade, a não ser as de evitar as formas abusivas de sexo, tanto entre héteros como entre homoafetivos. A Bíblia deve ser uma Boa Nova para todos, também para as pessoas gay e não uma ameaça. A Igreja deveria reconhecer a possibilidade de um relacionamento gay comprometido, monogâmico e para a vida inteira; há narrativas de santidade homossexual que devemos conhecer e partilhar. 

Os costumeiros textos da Escritura (Gn 19, 1-11; Lv 18, 21b-23 e 20, 13; 1Cor 6, 9-11; Tm 1, 8-11; Rm 1, 22ss) não são relevantes na exegese dos dias de hoje nem são determinantes para condenar a homossexualidade. Não é isso que eles pretendem! Não podemos usar a Bíblia para dizer o que ela não diz. 

Eu também acreditava que os atos homossexuais eram sempre errados. Tive que repensar essa minha posição. Ser homossexual não é uma escolha, mas um dom da natureza e do Deus Criador. E ao ver como alguns casais gays e lésbicas se relacionavam em parcerias amorosas e positivas, tive que mudar essa minha opinião...

O apóstolo Paulo não oferece diretrizes claras para incluir os gays e lésbicas nas comunidades cristãs, mas oferece indicações para acolher todos como irmãos e irmãs. 

2 comentários:

  1. Padre Ramón, suas palavras me trazem esperança, como é bom ler palavras tão lucidas e claras do amor de Deus por nós que nascemos e todos os dias somos condenados por sermos homoafetivos.
    Quero depois que essa quarentena acabar me encontrar com o sr. para uma boa conversa com um delicioso pão de queijo! Kkkkkk Abraços fraternos de seu eterno adimirador daqui de Minas Gerais!

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  2. Perfeito, isso deve ser pregado em toda homilia da igreja, ser explanado e debatido em toda comunidade, grupos, movimentos e pastorais. Não podemos de forma alguma marginalizar e excluir nossos irmãos e irmãs gays por sua orientação sexual, somos todos iguais perante a Deus.

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