Todo ano, quando o Natal se aproximava, meus pais e irmãos começávamos a montar o presépio. Momento lúdico de aproximações, afetos e tradições. Era a hora de ouvir histórias cantadas que contavam o nascimento do menino Jesus.
Peça por peça, íamos desembalando, limpando e colocando as figuras no musgo que alguém da zona rural tinha trazido: pastores, boi, jumento, carneiros e até patinhos... Depois a manjedoura, ainda vazia, pois Jesus só chegaria na noite de Natal...
Quando eu tinha uns 12 anos e, mais uma vez, cumpriamos o ritual de armar o presépio, alguém perguntou inesperadamente:
- Cadê as mulheres do presépio? Só Maria a Mãe de Jesus... E a mãe dela? E as vizinhas? E as tias? Todos se olharam aterrorizados...
Quem tirou as mulheres do presépio? Disse minha irmãzinha meio brava: Só deixaram os homens que chegaram para visitar e logo vão embora?.
O Presépio das mulheres seria bem diferente: Elas aqueceriam a água, preparariam os panos e as ervas... Fariam rezas, promessas e o parto... Elas não redariam o pé, trabalhando e conversando sem parar...
Os pastores e os reis foram visitar Jesus, mas as mulheres estariam lá, bem antes deles, e ficariam com Maria depois que todos fossem embora.
Você sabe quem tirou as mulheres do Presépio e por quê?
No meu presepio tem uma mulher levando mantimentos e pastoras. Mas vou acrescentar mais.
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