3º DTC: DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS... (cf. Papa Francisco)

 


Neste Domingo da Palavra, ouvimos Jesus anunciar o Reino de Deus. Vejamos o que diz e quem o diz, ou que diz: Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo (Mc1, 15). Deus está perto, é a primeira mensagem. O seu Reino desceu à terra. Deus não está separado da condição humana; Ele está conosco. O tempo da distancia acabou, quando Se fez homem em Jesus. Desde então, Deus está muito perto; Nunca Se separará nem Se cansará de nossa humanidade. 

 

Esta proximidade é o início do Evangelho, é o que Jesus "dizia" (1, 15), e repetia-o continuamente. "Deus está próximo": era o coração da sua mensagem.  Antes de mais nada, devemos acreditar e anunciar que Deus Se aproximou de nós, que fomos perdoados, "misericordiados". E continua a dizer-nos: «Não tenhas medo, estou contigo. Estou perto de ti e continuarei a estar". 

 

A Palavra de Deus permite-nos tocar com a mão esta proximidade, já que ela não está longe de nós, antes está muito perto do nosso coração (Dt 30, 14).  O Senhor, através da sua Palavra, consola, e permanece com quem está só. Lembra-nos que estamos no seu coração, somos preciosos a seus olhos, e estamos guardados na palma das suas mãos. A Palavra de Deus infunde paz. É Palavra de consolação, mas também de conversão. "Convertei-vos!" Acabou o tempo de ficarmos distantes de Deus e dos outros, tempo em que cada um só pensa em si. Isto não é cristão, pois quem experimenta a proximidade de Deus não pode ficar distante do próximo nem indiferente. A vida não é tempo para se proteger, mas ocasião para ir ao encontro dos outros

 

Assim a Palavra semeada no nosso coração, leva-nos a viver a intensamente a esperança. Jesus se dirige, primeiro, aos pescadores da Galileia, pessoas simples, que viviam do trabalho das suas mãos. Não eram especialistas em Sagrada Escritura, nem sobressaíam na ciência ou na cultura. Moravam numa região heterogênea pela diversidade de etnias e cultos. Jesus começa de lá, pelo subúrbio, como dizendo: ninguém fica marginalizado no coração de Deus; todos podem receber a sua Palavra e encontrá-Lo pessoalmente

 

Há um detalhe significativo no Evangelho, quando observamos que a pregação de Jesus é "depois" da prisão do Batista (Mc 1, 14). É um depois decisivo, que marca a diferença: João acolhia as pessoas no deserto; Jesus fala de Deus no coração da sociedade humana. E não fala em horários e tempos estabelecidos: «passando ao longo do mar», enquanto os pescadores «lançavam as redes». É uma força estranha da Palavra de Deus, que alcança a todos e em cada uma das áreas de sua vida. A Palavra também tem uma força individual, pois incide sobre cada um de maneira direta e pessoal. Os discípulos nunca mais esquecerão as palavras ouvidas naquele dia perto da barca, dos familiares e dos colegas; palavras que marcaram para sempre a vida. Jesus diz-lhes: "Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens". Não os atrai com discursos elevados, mas de suas vidas: de pescadores de peixes serão pescadores de homens. Jesus chama-os partindo da vida deles: «Sois pescadores, tornar-vos-eis pescadores de homens». 

 

Esses homens vão descobrindo, passo a passo, que uma coisa era pescar poucos peixes e outra era fazer-se ao largo obedecendo à Palavra de Jesus. É assim que ainda hoje o Senhor continua procurando-nos onde estamos, ama-nos como somos e, pacificamente, acompanha os nossos passos. Como àqueles pescadores, também hoje, com a sua Palavra, faze-nos mudar de rumo e nos convida a caminhar com Ele. Não renunciamos à Palavra de Deus, pois é uma carta de amor escrita para nós por Aquele que nos conhece muito bem. Lendo-a, voltamos a ouvir a sua voz, vislumbramos o seu rosto, e recebemos o seu Espírito. 

 

A Palavra aproxima-nos de Deus: não a esqueçamos. Levemo-la sempre conosco, no bolso, ou no celular; reservemos um lugar digno para ela nas nossas casas. Coloquemos a Bíblia ou Evangelho num lugar de destaque e lembremos de lê-la diariamente.

 

Peçamos ao Senhor a força de desligar a televisão e abrir a Bíblia. Neste Ano Litúrgico, estamos a ler ou Evangelho de Marcos, mais simples e curto. Por que não fazê-lo também em privado, meditando uma pequena passagem cada dia? Far-nos-á sentir próximo ou Senhor e infundirá coragem no caminho da vida.

 

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