7ª REGRA de discernimento da Segunda Semana... (Pe. Chercoles SJ)



7ª REGRA. Nos que progridem de bem para melhor, o bom anjo toca a alma de maneira doce, leve e suave, como a gota de água que penetra numa eponja. O mau toca-a de modo agudo, com ruído e agitação, como a gota de água que cai na pedra. Aos que vão de mal a pior, os mesmos espíritos os tocam de maneira inversa. A causa disso está em ser a disposição da alma contrária ou semelhante a estes anjos; pois, quando é contrária, entram com estrépido e com sinais visíveis, perceptivelmente; e, quando é semelhante, entram em silêncio, como em sua própria casa de porta aberta. 

7.  Para aqueles que vão cada vez mais no caminho de Jesus, Seus convites ou chamados soam naturais, ao passo que os convites contrários soam estridentes. Para aqueles que não dominam a si mesmos e carecem de liberdade e rumo, os convites de Jesus soam estridentes. E a razão é clara: algo entra suavemente no que lhe é semelhante, e entra em choque com o que lhe é contrário. Exemplo: como uma gota d’água cai de maneira muito diferente numa esponja molhada (entra suavemente) ou numa pedra (não há assimilação; só respinga).

           

Estas regras vão lembrar-nos de algo que já tratamos na 1ª e na 2ª Regra de 1ª Semana: que antes de atentar ao que experimentamos (se é agradável ou desagradável, “consolação” ou “desolação”), temos que saber onde é que está o meu  “para”: se é o do P.F. ou se aponta para meu ego (egoísmo).

 

- Nos que progridem de bem para melhor; Para aqueles que vão cada vez mais no caminho de Jesus: são os que seguem o “para” do P.F.

 

- o bom anjo toca a alma de maneira doce, leve e suave (na 2ª. Regra de 1ª. Semana, dizia, entre outras coisas, que experimentávamos o bom espírito “atenuando e removendo todos os impedimentos”, isto é, suavemente), como a gota de água que penetra numa esponja: não respinga e nem faz ruído.

 

- O mau toca-a de modo agudo, com ruído e agitação (na 2ª. Regra de 1ª semana também se dizia: “por impedimentos, inquietando-as com falsas razões”), como a gota de água que cai na pedra: respinga e faz ruído; choca-se contra o duro da pedra. 

 

- Aos que vão de mal a pior: isso corresponderia à 1ª. Regra de 1ª. Semana: seu “para” é o do Estímulo-Resposta

 

- os mesmos espíritos os tocam de maneira inversa: na 1ª. Regra de 1ª. Semana, o mau espírito era experimentado com “prazeres aparentes” e o bom espírito com “remordendo-lhes a consciência”.

 

- A causa disso está em ser a disposição da alma contrária ou semelhante a estes anjos; E a razão é clara: algo entra suavemente no que lhe é semelhante e entra em choque com o que lhe é contrário: podemos entender isso com o exemplo do Banco. Se eu sou um delinqüente, a proposta de assaltar um banco não me choca; no entanto, se me jogarem na cara a vida que levo, aí sim... isso me incomoda e inquieta. Pelo contrário, se mudei de vida, o que me choca é que me proponham o assalto.

 

            Quer dizer, s.Inácio avisa-nos, antes de terminar estas regras tão complicadas sobre o discernimento, que o primeiro que tenho a fazer para distinguir se os movimentos que sinto são bons ou se me causam dano, é saber onde é que tenho posto meu “para”: o que for contra ele, me chocará; o que for a favor, agradar-me-á e, inclusive, deixar-me-ei levar sem sequer me dar conta.

 

            Mas, como averiguar se meu “para” é o do P.F. ou o do Estímulo-Resposta? Talvez só me dando conta de como me deixa o que me  agrada: se fico seco e descontente”, estou no Estímulo-Resposta; se fico  “alegre e contente”, o meu “para” é o do P.F.



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