O que sacia e satisfaz não é o muito fazer...
O tempo passou e já ficara para atrás a desconfiança dos seus familiares, quando ele saiu de casa decidido a seguir o Senhor Jesus como discípulo... Inácio de Loyola caminhou sozinho e a pé de Loyola a Barcelona, Jerusalém, Paris e Roma... encontrando pessoas as mais diversas, engulindo poeira, encharcado pela chuva, perseguido, amado querendo sempre "ajudar"... Nada nem ninguém o desviava desse objetivo!
O Pe. Jerônimo Nadal, seu contemporâneo, dizia: Inácio segue docemente o Espírito de Deus. Não se adianta a ele. Desse modo é conduzido com suavidade para o desconhecido. Pouco a pouco, o caminho se abre e ele o percorre sabiamente ignorante, com o coração posto simplesmente em Cristo. A espiritualidade inaciana é contemplativa na ação.
Resolvido a ir para Paris, combinou com seus companheiros que esperassem por ali: ele iria para ver se poderia achar modo de eles também conseguirem estudar. Muitas pessoas principais instaram com ele grandemente para que não fosse, mas nunca puderam arredá-lo de sua idéia. Antes, 15 ou 20 dias depois de saído da prisão de Salamanca, ele partiu sozinho levando alguns livros... (Autob. 72)
Em Paris encontrou novos companheiros na Universidade da Sorbonne aos quais ajudou com os Exercícios Espirituais. A mística da Espiritualidade Inaciana, atualmente vivida por religiosos jesuitas (padres ou irmãos) e leigos (CVX = Comunidade de Vida Cristã), é de serviço!
"Ajudar" é uma palavra chave, carregada de visão, escuta, atenção, compaixão e contemplação. É preciso passar do "fazer", muitas vezes projeção das nossas vaidades, para o "ajudar", descentrado e dando o protagonismo aos outros...
O que satisfaz e dá sentido à vida não é o muito fazer, mas o ajudar gratuitamente a quem precisar!
Uma pergunta: O que realmente move o seu agir: "fazer" ou "ajudar"?
"fazer" e "ajudar", duas palavras antagônicas que que as vezes denotam significados opostos.
ResponderExcluirNa missão somos facilitadores do Reino, somos solidários a compreender o outro a partir do outro.
Boa reflexão pe. Ramón!
Desde o começo de 2011 estou vivendo uma experiência. Administro 1 Condomínio onde vivem 84 familias. Está sendo uma tarefa muito difícil, mas desde que comecei, fiz a entrega desse meu "fazer e/ou ajudar", isso porque ninguém quer. Pela manhã, tenho orado frente a N.Sra. e peço que ela interceda e não me abandone, que Ela não me deixe cair........pois tem momentos que penso em largar tudo, mas encaro como uma Missão e tento levar até o final do mandato. Já abdiquei a um monte de novos compromissos, convívio familiar, viagens e até retiros..mas sei que ELE está pedindo em troca o que já me deu, de mãos estendidas. Santo Inacio continue me orientando. Paz e bem.Eli de Jesus Rodrigues
ResponderExcluirTenho vivido a experiência de "olhar", "ouvir", e ás vezes dar informações simples as pessoas.Para fazer essa pratica com mais eficácia, abri mão do carro alguns dias da semana e venho de ônibus ou metrô para o trabalho e percebo que não é mesmo o muito fazer que nos coloca em sintonia com o outro mas,sairmos da zona de conforto e estarmos dispostos a amar e crescer.Valeu,Pe.Ramón!Sandra Márcia
ResponderExcluirOlá Pe.Ramon,essas duas palavras estão tão próximas uma da outra. No meu agir elas andam entrelaçadas porque faço meu trabalho pastoral e através dele procuro ajudar aqueles a quem eu sirvo como Mesc. Confesso que muitas vezes sinto que meu agir fica dificil, talvez porque eu não tenha a coragem de caminhar e seguir JESUS como Sto. Inácio, docemente e sem medo. Mais rogo a Deus que me dê a Graça de "Em tudo Amar e Servir". Obrigado por me sacudir de vez em quando.fazendo que eu reflita um pouco mais na minha vida.
ResponderExcluirAbraçossssssssss
Por incrível que pareça pensei que fossem sinônimas fazer ou ajudar. Essa pergunta me levou a refletir melhor e perceber que muito mais que simplesmente fazer, gosto mesmo é de ajudar, porque gosto de fazer quando sinto que não tem outra pessoa que pudesse, por exemplo, quando sinto que o que faço está ajudando realmente a pessoa.Um exemplo foi esta semana: fui à missa e sentei ao lado de uma jovem senhora com 2 crianças. Só de olhar acena me delitei em observar discretamente e para minha grande alegria num certo momentoda missa ela me disse que não iria continuar na missa porque se demorasse mais um pouco perderia o taxi-lotação para voltar para casa. Em seguida me falou que seu marido estava de serviço e que aquele dia era o aniversário dele e a 1ª vez que ela estava naquela igreja. Eles estão recentes na cidade. Com muita felicidade me prontifiquei de dar carona para ela. Ela ficou, mas eu muito mais ainda, feliz da vida. Adoro e contemplo essas situações, aumenta a minha fé e me dá a certeza de que estou agradando a Jesus!
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