Tempo do ADVENTO... (Cf. A. Pallaoro sj)

Vindo de repente estaremos dormidos?

 

Iniciamos um Novo Ano litúrgico com o tempo do Advento. É uma nova atitude vital e não “mera repetição” ou “tempo parecido” com o tempo anterior.

Não entenderemos a mensagem de Jesus se ela não nos motiva a viver em continuo e criativo Advento. Cada Advento é único e original, pois já não somos mais os mesmos: passamos por contínuas mudanças, amadurecemos mais, estamos vivendo problemas e desafios diferentes, acumulamos experiências... Deus também não se repete. Ele se aproxima de cada um de nós com um novo olhar e um novo apelo: Ficai despertos! Vigiai! Tende os olhos abertos!...

Jesus nos fala da chegada inesperada do dono da casa. Deus é Aquele que sempre está vindo. Ele é “o que vem”. Se passamos a vida adormecidos, nada acontece. Que pena transcorrer a existência sem ativar as possibilidades que nos foram dadas!

Mas não basta ter os olhos abertos; é preciso também ampliar a visão para além de nossos pequenos interesses e preocupações e escutar atônitos e fascinados, essa voz divina que ressoa em nosso interior. Advento é tempo que nos convida a abrir os corações, escutar o Espírito e pôr-se a caminho, enquanto “a luz da vida” nos ilumina.

O Advento é tempo de espera, de paciência e de confiança em Deus que se revela na história. Acolhê-lo e estar preparado para o mais “in-esperado”. A dinâmica da espera inclui surpresas. Isto faz parte da experiência da fé. Esperar é uma forma de viver. Mas, convenhamos a esperança está hoje em crise!

Poderíamos nos perguntar: o quê nos pede Deus em cada acontecimento e em cada situação da vida. Deus é sempre surpreendente!

O Advento nos oferece a oportunidade de aprender a esperar e fazer da esperança nossa condição existencial. Somos na medida que esperamos. Somos aquilo que esperamos ser! Não é qualquer coisa, mas uma pessoa: JESUS.

Abramos, pois, os olhos e o coração a “outra realidade” já presente nas entranhas da nossa cotidianidade. O dia esperado está começando... Estamos apenas na aurora, mas esses primeiros raios trazem a presença do Senhor que vem. Marana thá!

Uma pergunta: O que você realmente espera?