Carta a uma pessoa desolada...

“Grande é minha tristeza...”

Uma sobrinha querida pediu-me há algum tempo, que escrevesse sobre a desolação. Demorei muito para atender ao seu pedido por causas diversas. Entretanto, o pedido ficou na minha mente e no meu coração. 

Às vezes passamos por provações ou privações que parecem tsunamis na nossa vida. Outras vezes vemos pessoas queridas e justas, passarem por turbulências e grandes desolações, e aí nos perguntamos o porquê disso tudo. 

Aprendi que não se deve perguntar o porquê, mas sim “o que eu faço diante disso?”

A minha fé e a minha experiência de vida me dizem que Deus nos ama com amor infinito e misericordioso, pois, como diz S. João: “Deus é amor”. Nunca nos abandona! Você pode perguntar-me: “se Deus é amor, porque permite que os tsunamis aconteçam na minha vida?”

A gente é ingênuo quando pensa que as desgraças só acontecem na vida dos outros ou, pior ainda, que só outros merecem sofrer coisa ruim! Há quem chega a dizer: ”por que comigo?”

Se você olhar para sua vida, verá que muitas vezes aprendeu coisas boas com suas dificuldades, com os tsunamis experimentados. Pois é, Deus permite que muita coisa nos aconteça para nos dar a oportunidade de sermos mais generosos, mais misericordiosos, mais humanos, mais compreensivos. Só quem passou pela dor pode compreender melhor as dificuldades dos outros. 

Confie n’Ele, e tenha a certeza de que Ele não a abandonou. Construa a sua casa (sua vida!) sobre a Rocha, e nada tema.  “Virão os ventos, as tempestades, mas a casa permanecerá em pé” (Mt 7,25 ).

Deus não nos concede privilégios por sermos cristãos ou bons, mas Ele é bom e está junto de nós para nos ajudar a superar as dificuldades, aprender com elas e sermos melhores depois delas. 

Confie em Deus, e acredite que a tempestade vai passar. Depois da tormenta, chega a bonança. Com carinho... 

                                                                 Ernesta