15. Em busca do mais importante... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)

Meu avesso é mais visível do que um poste... (M. de Barros)

A vida de Inácio de Loyola é como um espelho para muitos de nós... Vejamos:

Inácio de Loyola deixou Monserrate, na manhãzinha do dia 25/MAR/1522, e chegou a Manresa, no entardecer. Lá ficará por mais de 10 meses, experimentado grande diversidade de moções interiores: escrúpulos, angústias e também grandes consolações. Manresa será seu grande noviciado na vida espiritual, pois aí aprenderá a discernir o bem do mal e o que realmente vale a pena sonhar e concretizar.

Inácio, espontaneamente, examina sua vida passada, mundana e vã, e se arrepende humildemente dos seus pecados... Devagarinho, entra nos labirintos mais profundos da sua existência, e pede que Deus o ilumine e salve de tanta incoerência.

Porque fora muito vaidoso em cuidar do cabelo e ele o tinha comprido, resolveu largá-lo à sua natureza, sem penteá-lo nem cortá-lo, nem cobri-lo de modo algum. Pela mesma razão, deixara crescer as unhas dos pés e das mãos, porque também nisto fora vaidoso... (Autob. 19).

Há pessoas que passam pela vida cuidando apenas de si mesmas. Eles e elas gastam uma energia imensa para ser o que não são. Mentiras e máscaras fazem parte da bagagem de muitos. Inácio precisou chegar ao mais fundo de si, para conhecer sua escuridão e encontrar as raízes da sua vida desordenada.

Na sua juventude, quando ainda era "Ínhigo", percorrera caminhos nada fraternos. Daí os exageros de agora, para acabar de vez com a sensualidade que tanto o vencera. Seu exterior, agora abandonado e bagunçado, indicava certamente sua grande luta interior.    

Como romper com o “DNA” familiar e negativo que passa, como um vírus, de pais para filhos? Inácio percebeu, com emoção, que suas contradições históricas e suas mentiras pessoais tinham raízes familiares... E agora, quanto mais orava, mais “assombração” aparecia, como diz o nosso povo. 

Para encontrar o mais importante, muitas coisa precisara ser iluminada e perdoada. Quem quer mudar precisa primeiro exagerar na generosidade. 

Conheço pessoa que são como birutas (indicadores de direção do vento), e como folhas mortas que o vento leva. Vivem perdidas! 

Quem encontrou Deus é levado pelo Espírito do Senhor!  

Uma pergunta: Você busca o quê?