O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, nesta quarta-feira, 24/AGO, nota em defesa da Lei da Ficha Limpa.
No texto, os bispos rejeitam toda e qualquer tentativa de desqualificar a
lei, que “é resultado da mobilização
popular e que expressa a consciência da população de que, na política não há
lugar para corruptos”.
Confira, abaixo, a nota na
íntegra.
NOTA DA CNBB EM
DEFESA DA LEI DA FICHA LIMPA
O Conselho Episcopal Pastoral
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, nos
dias 23 e 24 agosto, vem reafirmar a
importância da Lei 135/2010, a Lei da Ficha Limpa, rejeitando toda e
qualquer tentativa de desqualificá-la. Resultado da mobilização popular que
coletou 1,6 milhões de assinaturas, a
Lei da Ficha Limpa expressa a consciência da população de que, na política, não
há lugar para corruptos.
Tendo sua constitucionalidade
confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2012, votou
favoravelmente pelas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC 29 e 30),
a Lei da Ficha Limpa insere-se no rol das leis mais importantes no combate à
corrupção eleitoral e na moralização da política. Respaldada por grandes juristas
e aprovada pelo Congresso Nacional, ela atesta a sobriedade de quem a propôs de
forma que atacá-la ou menosprezá-la é
enfraquecer a vontade popular de lutar contra a corrupção.
Recebemos com perplexidade a decisão do STF que
reconhece a exclusividade das Câmaras Municipais para julgar as contas dos
prefeitos em detrimento da
competência dos Tribunais de Contas. Na prática, isso significa o fim da
inelegibilidade dos executivos municipais mesmo que tenham suas contas
rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Trata-se
de um duro golpe contra a Lei da Ficha Limpa o qual favorecerá o
fisiologismo político e a corrupção, considerando o poder de barganha que pode
haver entre o executivo e o legislativo municipais.
Conclamamos a população,
legítima autora da Lei da Ficha Limpa, a defendê-la de toda iniciativa que vise
ao seu esvaziamento. Urge não dar trégua
ao combate à corrupção eleitoral e a tudo que leve ao desencanto com a
política cujo objetivo é a justiça e o bem comum, construído pacífica e
eticamente.
Brasília, 24 de agosto de
2016.
Dom Sergio da Rocha
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo
de Brasília-DF
Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
Presidente
da CNBB Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich
Steiner
Bispo Auxiliar de
Brasília-DF
Secretário-Geral da
CNBB
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