Gênesis 3 narra o surgimento do mal no
meio dos humanos num mundo harmoniosamente belo e criado por Deus. Essa harmonia é quebrada pelo desejo de
autossuficiência, simbolizado naquele comer do fruto proibido. Então, o homem e a mulher percebem-se nus.
A questão da nudez,
na interpretação de muitos, esteve associada à questão sexual. Mas, não é disso que
fala o texto bíblico (o homem e a mulher já estavam nus). O pecado cometido
torna clara a fragilidade humana. A nudez, em
si, não é o problema, mas o sentimento de incapacidade e limitação.
Deus tece, então, roupas de pele para Adão e Eva,
pois embora o pecado tenha ferido a comunhão, o amor divino permanece sempre carinhoso
e cuidadoso.
A narrativa do Gênesis continua a
ecoar em nós por milhares de anos escondendo quem somos, tapando pudorosamente nossa própria limitação.
Contudo, continuamos
a trilhar um caminho de autossuficiência, querendo ser mais do que somos. Por quanto tempo?
O processo de descoberta do nosso eu
profundo passa pelo desnudamento das máscaras, atrás das quais nos escondemos. De pouco serve ficar pelados se não revelamos antes nossa alma nua.
Só na verdade do que somos experimentamos salvação. Ficar nus diante de nós mesmos e daqueles
e daquelas com os quais construímos a vida. E nudez, sobretudo, diante do Deus que nos conhece. Ninguém é capaz de se esconder por muito tempo...
Só
o amor nos despoja de nossas mentiras.
Uma pergunta: Você já partilhou alguma vez suas limitações mais recônditas?
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