Sínodo: O acontecimento mais importante depois do Concílio...

Reitero que o Sínodo não é um parlamentomas um evento de graça, um processo de cura conduzido pelo Espírito Santo. Tema proposto: Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão.

Depois do Concílio Vaticano II será o acontecimento eclesial mais importante.


Há o perigo de mal-entendidos: Falsa democratização, onde o jogo da maioria e da minoria é quem decide. A Igreja é um evento do Espírito Santo e ele é o verdadeiro protagonista do Sínodo, o que harmoniza as diferenças, reconcilia, e converge-as na unidade que é o próprio Cristo, vivo e presente na sua Igreja. O Povo de Deus sempre a caminho, buscando a sinfonia das diversidades que convergem na unidade para servir ao mundo.

 

Tanto na abertura dos trabalhos do processo sinodal como na Santa Missa inaugural, o Papa disse que a oração de Adoração deve ser incentivada. A vida em Cristo é essencialmente abrir o coração e a mente de cada um à escuta da voz do Espírito. Adoração é estar abertos, ser gratos, cientes de que recebemos tudo do amor do Pai, somos chamados a ouvir os outros e retribuir o seu amor aos outros. 

 

O Concílio nos fez redescobrir a Igreja como ela é: unidade em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, comunhão e missão. Agora, estamos prontos para dar mais um passo: fazer que se torne vida, em todas as expressões da comunhão e missão da Igreja, aquela participação no mistério de Cristo em que estamos inseridos pela graça do Batismo. Fazer um Sínodo sobre a sinodalidade não significa fazê-lo sobre um tema, mas sobre a identidade mais profunda da Igreja como comunhão e missão que se torna concreta, historicamente incisiva quando participada por todos. A Igreja é tal, de fato, somente quando é carregada nos ombros por todos e partilhada no seu coração por todos, a serviço dos irmãos, começando dos últimos, dos abandonados e das periferias existenciais e espirituais do nosso tempo.


A participação não é simplesmente uma opçãomas uma questão de identidade profunda. É uma questão de identidade e não simplesmente de cosmética eclesial.


Na Igreja por longos séculos, desde a reforma Gregoriana até o Concílio Vaticano II, por necessidade de crescimento histórico, de amadurecimento, também de missã, num mundo difícil, prevaleceu principalmente uma visão piramidal, hierárquica na Igreja. Isso, muitas vezes, impediu que todas as energias do Espírito presentes no Povo de Deus fossem valorizadas. Mesmo que houvesse grandes santos, grandes movimentos de renovação espiritual, eram expressões que não envolviam plenamente todos os membros do Povo de Cristo


Com o Vaticano II falamos da vocação universal à santidade, todos temos a mesma dignidade como Povo de Deus, portanto o momento histórico, o Kairòs, o momento de Deus nos leva a abrir-nos à ação do Espírito que torna todos corresponsáveis deste grande evento de graça que é o fato da Igreja estar no mundo para a salvação de todos.


Este Sínodo desenvolve-se de uma forma nova, que inclui três grandes fasesA fase do envolvimento de todo o Povo de Deus, que se articula na vida das Igrejas locais. Depois, a fase celebrativa do Sínodo dos Bispos propriamente dita, onde são recolhidos todos os pedidos, as propostas que surgem da escuta do Povo de Deus, e depois a fase de recepção com o retorno às Igrejas locais e o acolhimento e a interpretação criativa das linhas básicas que emergiram. Acredito que devemos agradecer a Deus, comprometer-nos com extrema responsabilidade, para que ninguém fique olhando pela janela e para que não seja uma oportunidade perdida.

 

Todos participamos e vamos aprender muito nessa caminhada com o que Deus nos queira dizer...



Um comentário:

  1. O diabo usa palavras bonitas e caminhos fáceis.
    O Senhor aponta a porta estreita.

    ResponderExcluir